Cabral acusa Pezão e Hudson de guardarem R$ 6 milhões em transportadora de valores

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ESTADO/PIRAÍ

Hoje, 27,  o ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral fez uma denúncia contra seu ex-companheiro de chapa, o ex-governador Luiz Fernando Pezão durante audiência na 7ª Vara Federal Criminal, presidida pelo juiz Marcelo Bretas, que investiga os casos da Lava Jato no Rio de Janeiro. Cabral disse que Pezão e o ex-subsecretário de Obras, Hudson Braga, tinham R$ 6 milhões guardados na transportadora de valores Trans-Expert, empresa que serviu como caixa-forte para o dinheiro da propina durante os dois últimos governos, de Cabral e Pezão. Os dois acusados negaram a denúncia.

A audiência tratou de pagamento de propinas na Secretaria de Obras, na época comandada por Pezão, então vice-governador. Cabral reconheceu que recebia percentual de propina de empreiteiras, apelidada como taxa de oxigênio, e disse que, de acordo com seu ex-assessor pessoal Paulo Fernando, Pezão e Hudson tinham guardadas quantias referentes a propinas de construtoras na transportadora. “Ele (Pezão) participava (de esquemas de propinas) e era beneficiado, junto comigo. Dava ciência do benefício de terceiros, prestava contas. Se beneficiava pessoalmente. O Paulo Fernando cuidava de uma parte do dinheiro do Hudson e do Pezão, que foi acautelada. O Paulo Fernando acautelou para o Pezão e para o Hudson Braga valores indevidos, se não me engano na ordem de R$ 6 milhões, guardados na Trans-Expert”, afirmou Cabral.

Após o depoimento de Cabral, Hudson Braga foi interrogado por Bretas, e negou que tivesse se beneficiado de propinas das empreiteiras. Ele também negou que tivesse parte desses recursos na Trans-Expert, dizendo que isto era uma tentativa de colocá-lo no centro das investigações. “Eu nego (que tivesse dinheiro na Trans-Expert). Negativo. Nunca pedi dinheiro para ninguém, não criei taxa de oxigênio, não pedi 1% para ninguém, nunca. Estão tentando criar uma narrativa para me colocar no centro de algo que eu não participei. A Secretaria de Obras foi criada para gerar poder político para o governador e o vice-governador. Eu era o subsecretário de Obras, executivo. Eu não nomeei ninguém”, declarou Hudson, que, no entanto, reconheceu ter participado da distribuição de propinas anteriormente, “por determinação do governador e do vice”, para complementar o salário de pessoas que trabalhavam em determinados projetos, como no PAC Favelas de Manguinhos.

Pezão está atualmente preso na Unidade Prisional da Polícia Militar em Niterói. Sua defesa negou que o ex-governador tenha recebido propina.

 

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