Por Silas Avila Jr
Correspondente da Onu em Nova Iorque
Evento reúne especialistas de todo o mundo para debater estratégias integradas rumo à COP30, em Belém
Começou nesta terça-feira (29), em Brasília, a 5ª Conferência Global sobre Clima e Saúde, reunindo autoridades, especialistas e representantes da sociedade civil de diversos países. O evento, que segue até quinta-feira (31), é promovido pelo Governo do Brasil em parceria com a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), a Organização Mundial da Saúde (OMS) e a Aliança para Ação Transformadora sobre Clima e Saúde (ATACH, na sigla em inglês).
Com foco em articular propostas concretas para o esboço do Plano de Belém para Ação em Saúde, que será apresentado na COP30, em novembro, a conferência discute como tornar a saúde pública um dos pilares centrais na resposta global às mudanças climáticas.
Três eixos centrais e casos internacionais
A programação do encontro inclui mesas-redondas, workshops e painéis temáticos centrados em três eixos: monitoramento e vigilância em saúde, formulação de políticas baseadas em evidências científicas, e capacitação com foco em inovação e produção.
Um dos destaques da conferência é a apresentação do Índice de Saúde Ambiental Infantil, além de debates sobre os impactos da seca na saúde materno-infantil, como aumento de hospitalizações e taxas de mortalidade em determinadas regiões.
Estudos de caso apresentados por Moçambique, Egito e Indonésia ilustram experiências práticas de enfrentamento aos desafios sanitários impostos pelas mudanças climáticas. Esses relatos serão debatidos em um laboratório de ideias com a participação de representantes de governos, ONGs e do setor privado.
Abertura e apoios internacionais
Na cerimônia de abertura, discursaram o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, e o diretor da Opas, Jarbas Barbosa. A conferência conta com apoio financeiro e técnico da Espanha, Reino Unido, Fundação Bill & Melinda Gates e da Fundação Rockefeller.
Os resultados dos debates em Brasília serão incorporados às propostas do Plano de Belém e servirão de base para o posicionamento dos países membros da ATACH e para o fortalecimento de compromissos multilaterais em saúde climática.
