NOVA IORQUE
Em entrevista à ONU News, em Nova Iorque, o embaixador do Brasil nas Nações Unidas, Sérgio Danese, destacou que essa iniciativa será o foco de uma reunião ministerial organizada pela Comissão para a Construção da Paz (PBC) da ONU.
Revisão da arquitetura de construção da paz
Como presidente da PBC, o Brasil propôs que, além dos 31 estados-membros atuais, todos os 193 países das Nações Unidas participem da reunião, marcada para o próximo mês.
“Nós temos procurado compartilhar boas experiências, práticas eficazes e desafios enfrentados pelos países, além de destacar as conquistas alcançadas com a colaboração da Comissão de Consolidação da Paz e do Fundo de Consolidação da Paz do secretário-geral, que financia diversos programas. Esperamos, com isso, atrair mais nações dispostas a trabalhar conosco. É importante lembrar que os países participam da Comissão de forma voluntária e têm total controle sobre as ações realizadas em cooperação com a comissão. Isso garante que não haverá interferência ou imposição por parte da ONU, ou da Comissão para a Construção da Paz”, explicou Danese.
O Brasil lidera o processo de revisão da arquitetura de construção da paz, um tema que será central na reunião ministerial. Para o país, a prevenção de conflitos não só salva vidas, mas também é economicamente mais viável do que intervenções posteriores, como missões da ONU e esforços de recuperação pós-conflito.
Danese enfatizou a importância de uma comissão ativa, acolhedora para os países que buscam assistência e capaz de gerar resultados concretos. “Os países procuram a comissão em busca de resultados, e esse será o foco da reunião ministerial que ocorrerá durante a semana de alto nível na abertura do debate geral da Assembleia Geral da ONU, em setembro”, afirmou.
O Brasil também lidera a estratégia de estabilização na Guiné-Bissau, como parte de um esforço global para apoiar nações em contextos pós-conflito.
Na presidência da PBC, o Brasil defende que a prevenção de conflitos é fundamental para garantir a paz de forma mais ampla e sustentável, e essa mensagem será reiterada no encontro de alto nível. “Será essencial ouvir as ideias dos países sobre a revisão da arquitetura de consolidação da paz, que será realizada no próximo ano. A cada cinco anos, essa revisão é feita, e, diante do aumento de conflitos e da importância da prevenção, os países precisam compartilhar suas visões sobre como a PBC, o Escritório de Apoio à Consolidação da Paz e o Fundo de Consolidação da Paz podem trabalhar de maneira mais coordenada”, explicou o embaixador.
O mecanismo internacional reconhece a prevenção de conflitos como parte da Nova Agenda para a Paz e do Pacto para o Futuro. Danese ainda destacou a importância de que a comunidade internacional reafirme seu compromisso com os princípios da Carta da ONU, ressaltando que “os conflitos podem e devem ser evitados”.
*Luciano R. Pançardes – Editor-chefe