Bloco do Boi reúne mais de 20 mil pessoas durante quatro dias de folia em Barra Mansa

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O tempo de história é de 72 anos, mas a disposição ainda é de 20. O tradicional Bloco do Boi por mais um ano garantiu a qualidade do carnaval de Barra Mansa e reuniu, segundo seus organizadores, 20 mil pessoas durante os quatro dias de festa. Os foliões não deixaram se abalar pelas fortes tempestades e, no último dia, concentrou mais de oito mil pessoas para fechar mais um ano do grupo com chave de ouro.
Nem mesmo a chuva esfriou o ânimo dos foliões – Foto: Fábio Guimas

O presidente da agremiação, o vereador Luis Antônio Cardoso está há 28 anos à frente da organização. Ele diz que todo ano é uma ansiedade e nervosismo. “Juntamente com um grupo de diretores visando sempre a garantia e a diversão da população, arrastamos entre seis e oito mil pessoas, por dia, de sábado a terça-feira de carnaval”, contou.
Segundo Cardoso, o objetivo foi promover uma festa para as famílias, idosos, crianças e todos que, de alguma forma, gostam de aproveitar os dias de folia com muita paz, saúde e muita alegria. “No primeiro dia choveu demais. Tivemos que desligar o som para não colocar as pessoas em risco. Achamos que seriamos vaiados, mas os foliões começaram um coral, nos emocionando muito. Foi lindo e muitos caíram em lagrimas”, compartilhou Luis Antônio.
Vanessa Miranda mora em Volta Redonda e foi a quinta vez que ela participou do cortejo do boi. “Eu vim todos os dias. Eu adoro. Vinha quando era solteira e hoje (sábado) estou aqui com meu marido e minha filha, Maria Eduarda, de um ano e três meses”, contou a recepcionista.
Ricardo Lima, de 45 anos, disse que praticamente cresceu acompanhando o bloco. “É muito bom e muito família. Sempre vim e enquanto viver, sempre vou participar”, comentou o empresário. “Já beijei muito aqui quando novo. Já comecei até a namorar uma menina aqui quando eu era rapaz, mas terminamos no carnaval seguinte”, contou o morador de Saudade.
Mas quem gostou do término foi Poliana Lima, esposa de Ricardo. “Logo depois nos conhecemos e estamos há 20 anos juntos”, contou.
A concentração aconteceu sempre às 16 horas nas proximidades do Campo do Minas Esporte Clube. O bloco passou pelas ruas Pinto Ribeiro, Duque de Caxias e nas avenidas Joaquim Leite e Argemiro de Paula Coutinho, retornando ao Roberto Silveira.
O COMEÇO
Segundo os moradores mais antigos do Roberto Silveira, o bloco teve início com a brincadeira de um folião que teria pegado a carcaça de um boi, em um matadouro que havia na Rua Major Bento, e que saído com o objeto pelas ruas do Roberto Silveira nos dias de Carnaval. Na brincadeira, o mesmo homem corria atrás das crianças com a carcaça do boi, o que até hoje é mantido, no entanto com animais reproduzidos em alegorias.
“As pessoas acharam graça, nos outros anos a brincadeira foi se repetindo e sendo bem aceita pela comunidade e hoje temos o maior bloco de embalo de Barra Mansa. Até hoje mantemos a tradição dos bois correrem atrás das crianças e isso é uma das coisas que mais animam o bloco. No Roberto Silveira, desde pequena as crianças já aprendem a gostar do Bloco do Boi e por isso ele se mantém na história”, disse André Delgado.
MODERNIDADE
Nos últimos anos o Bloco do Boi vem se modernizando e utilizando em seus desfiles algumas alegorias das escolas de samba do Rio. Além das estruturas de madeiras e vergalhões, em formato de boi, foram incluídos dois Bois em tamanho superior.
Os bois ‘gigantes’, além do efeito de fumaça que soltam pelo nariz, também emitem o som dos animais. E o peão em cima do Boi. Essas alegorias tornaram-se atração do bloco.

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