A cidade sedia hoje, o II Encontro de Gestores de Políticas Públicas para Mulheres do Médio Paraíba. A reunião, organizada pela Secretaria de Assistência Social e Direitos Humanos, acontece às 13 horas, no Parque Ecológico Municipal de Saudade. A pauta do encontro terá como foco a criação de um abrigo regional para atendimento às mulheres vítimas de violência doméstica, proposta encaminhada durante a realização do primeiro encontro realizado no início de janeiro, em Resende.
Está confirmada a presença da secretária estadual de Direitos Humanos e Políticas Públicas para as Mulheres, Christiane Amaral, da vice-prefeita de Barra Mansa, Fátima Lima, da secretaria de Assistência Social do município, Ruth Coutinho, entre outros.
A coordenadora de Proteção Especial da Secretaria de Assistência Social do município, Joseane do Nascimento, disse que na primeira discussão, representantes de Volta Redonda disponibilizaram o espaço onde funcionava a Casa Abrigo do município, fechada no ano passado, para instalação do abrigo. “Vamos continuar os encaminhamentos com os gestores de assistência social apontando as contribuições, financeira e humana, que cada município poderá viabilizar”, explicou.
Joseane ponderou ainda que a violência doméstica é um problema de saúde pública que precisa ser enfrentado com políticas públicas capazes de proteger a mulher e emancipá-la financeiramente. “A violência contra a mulher acomete todas as classes sociais, porém é mais evidente em negras e pobres. A falta de denúncia contra o agressor é um dos grandes problemas que precisa ser superado, pois acaba comprometendo a eficácia de medidas protetivas e de processo criminal perante à Justiça”, detalhou.
Dossiê Mulher
A violência contra a mulher é definida, segundo o Dossiê Mulher, como “qualquer ato ou conduta baseada no gênero que cause morte, dano ou sofrimento físico, sexual ou psicológico à mulher, tanto na esfera pública como na esfera privada. No Brasil e no mundo, a violência que vitima as mulheres se constitui em sério problema de saúde pública, por ser uma das principais causas de morbidade e mortalidade feminina, atingindo mulheres de diferentes orientações sexuais, classes sociais, origens, regiões, estados civis, escolaridade ou raças/etnias em relações desiguais de poder.
Em 2015 e 2016, registrou-se através do Sistema de Informação de Agravos de Notificação online do Ministério da Saúde (SinanNet) um total de 46.694 casos notificados de violência interpessoal e autoprovocada em todo o estado do Rio de Janeiro, sendo 31.930 do sexo feminino. Em Barra Mansa, durante o ano de 2016, quando o atendimento às vítimas eram realizados pelo Centro Especializado de Atendimento à Mulher (Ceam) foram registrados 357 atendimentos. Em 2017, a 90ª DP registrou 480 casos de violência doméstica para 234 atendimentos realizados no Creas (Centro de Referência Especializado de Assistência Social.
Na avaliação de Joseane do Nascimento, a divergência no número de atendimento ocorre porque muitas mulheres fazem o registro na delegacia, no entanto não procuram o órgão especializado apara atendimento, acompanhamento e outros encaminhamentos. “A vítima chega extremamente fragilizada a delegacia para efetuar a denúncia e muitas vezes, acredita que a questão se encerra ali, o que não procede, pois a mulher precisa de atendimento especializado para recompor e retomar a sua vida. A prefeitura, por meio do Creas, oferece atendimento com assistente social e psicólogos para enfrentar esse momento complexo da vida”, concluiu.
O Creas funciona de segunda a sexta-feira, de 8 às 17 horas, na Rua Santos Dumont, 126, ao lado do Ministério do Trabalho.