Integrantes da Prefeitura de Barra Mansa visitam barragem da Cimento Tupi

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BARRA MANSA/QUATIS

Representantes da Prefeitura de Barra Mansa se reuniram ontem com funcionários da Cimento Tupi S.A., na sede da mineradora, para se informarem sobre as condições de segurança da barragem que fica localizada em Quatis. Após o rompimento da barragem de rejeitos de minérios em Brumadinho, em Minas Gerais, no mês de janeiro, que causou centenas de mortes, a sociedade tem debatido sobre as situações e as condições de armazenamento das barragens de todo o Brasil. Apesar a barragem da Cimento Tupi estar localizada em Quatis, em caso de eventual desastre, cidades situadas abaixo da empresa seriam atingidas.

No encontro estiveram presentes o secretário de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de Barra Mansa, Carlos Roberto de Carvalho, o Beleza, acompanhado da equipe técnica do órgão; do coordenador da Defesa Civil, Sérgio Mendes; o secretário de Governo, Vinícius Ramos; o presidente do Conselho Municipal de Meio Ambiente, Vinícius de Azevedo; e a integrante da Comissão Ambiental Sul, Henia Vasconcelos. Da parte da empresa estavam o gerente Industrial e coordenador do Plano de Ação de Emergência para Barragens da empresa, Gil Augusto de Carvalho, e o geólogo geotécnico, Felipe Lemos.

Na reunião o secretário Carlos Roberto de Carvalho pediu o agendamento de uma reunião pública envolvendo a comunidade da Vila dos Remédios, no distrito Floriano. A finalidade é esclarecer as dúvidas existentes em torno da empresa. A solicitação foi prontamente atendida e agendada para o próximo dia 26, às 19 horas, em local a ser definido.

Para tranquilizar os representantes da prefeitura, o gerente industrial da Cimento Tupi, Gil Augusto, informou que a barragem é classificada Departamento Nacional de Produção Mineral como de baixo risco e alto Dano Potencial Associado (DPA). “A barragem da mineradora usa a tecnologia de alteamento por linha de centro para o armazenamento de argila. A unidade não fez nenhum alteamento, no entanto, o projeto inicial definia a possibilidade de um alteamento por linha de centro”, afirmou Gil Augusto, completando que o Plano de Ação de Emergência foi concluído em agosto de 2018 e está em fase final de implantação. Sirenes de alerta para desastres serão instaladas em um prazo de 60 dias.

Ele informou ainda que está sendo organizado um treinamento para cerca de mil moradores da Vila dos Remédios, com foco no autossalvamento, rotas de fuga e pontos de encontro centralizados.

A planta da empresa foi adquirida pela Cimento Tupi S.A. em 2015. A unidade está com suas atividades paralisadas devido à cota da barragem que já atingiu o limite projetado. Existe um pedido junto à Agência Nacional de Mineração para o retorno comercial da empresa, com fornecimento da argila para a indústria de vidros, argamassa e construção civil, o que aliviaria o volume de resíduos contidos na barragem.


ALTURA DA BARRAGEM

Cimento Tupi 19 metros
Brumadinho 86 metros
Mariana 150 metros


VOLUME DE ARMAZENAMENTO

Cimento Tupi 204 mil/m³
Brumadinho 11,7 milhões/m³
Mariana 50 milhões/m³

NÚMERO DE ALTEAMENTO

Cimento Tupi Zero
Brumadinho 10
Mariana Não foi divulgado


REUNIÃO POSITIVA
O Secretário de Meio Ambiente, Carlos Roberto de Carvalho, ressaltou a oportunidade de conhecer detalhadamente o Plano de Ação Emergencial da empresa, que já foi protocolado na prefeitura. “Temos uma grande preocupação com a preservação da vida humana e do meio ambiente como um todo. Daí a necessidade desse encontro. Temos a função fiscalizadora e não podemos ser omissos”.
Para o coordenador da Defesa Civil, Sérgio Mendes, o encontro foi proveitoso e esclarecedor. “Neste momento em que a população está preocupada com os desastres de Brumadinho e Mariana é de extrema importância uma satisfação sobre as operações da empresa e as condições da barragem à sociedade. A Defesa Civil vai acompanhar a evolução do processo com total isenção, intervindo sempre que necessário nos procedimento de prevenção e proteção”, concluiu.

Prefeitura de Piraí cobra parecer da Light

Em Piraí existe também uma barragem, que não é considerada de alto DPA. Em nota enviada ontem à imprensa a Prefeitura de Piraí informou que cobrou da empresa Light Energia S. A., concessionária de serviço público de energia elétrica, parecer sobre a situação em que se encontram as barragens do município, nos aspectos de segurança e monitoramento.A preocupação do governo municipal é com o período eminente de chuvas, o que requer medidas preventivas e emergenciais. Além disso, frente ao episódio envolvendo barragens da Vale em Brumadinho (MG), avaliações extras se fazem necessárias.O documento emitido pela Superintendência da Light no último dia 7 de fevereiro garantiu que as operações estão em conformidade com a Lei Federal de Segurança de Barragens e com a Resolução Normativa da ANEEL nº 696/2015. “Importante ressaltar ainda que as represas da região de Piraí atendem aos requisitos de segurança estabelecidos pelo Comitê Brasileiro de Barragens”, afirmou a concessionária.

 

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