NACIONAL/BARRA MANSA
Na semana passada, a notícia do aumento das alíquotas do Programa de Integração Social (PIS) e da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins), que encareceu os combustíveis, deixou muitos barra-mansenses revoltados – como já divulgado pelo A VOZ DA CIDADE. Agora, os consumidores terão algo a mais para se preocupar na hora de economizar. A partir de hoje, as contas de luz ficarão mais caras devido à bandeira vermelha que acrescenta uma taxa adicional de R$ 3 a cada 100 quilowatt-hora (kWh) consumidos.
Na última sexta-feira, dia 28, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) anunciou a bandeira vermelha neste mês de agosto. O sistema é atualizado mensalmente pelo órgão, responsável por avaliar o preço da energia, o volume das chuvas e a situação dos reservatórios das hidrelétricas em todo país. Após avaliação, cabe a Aneel optar pela bandeira verde, amarela ou vermelha – na primeira hipótese, não há nenhum adicional para o consumidor; na segunda, a taxa é de R$ 2 por 100 kWh consumidos.
A agência justificou a medida adotada por conta da necessidade de aumento nos gastos de geração de energia previstos para este mês. De acordo com Aneel, o custo da usina termelétrica mais cara a ser acionada será de R$ 513,51 por megawatt-hora (MWh). O primeiro patamar da bandeira vermelha é acionado quando a energia fica acima de R$ 422,56 por Mwh. “Como o sinal para o consumo é vermelho, os consumidores devem intensificar o uso eficiente de energia elétrica e combater os desperdícios”, disse a Aneel, em nota. Na bandeira vermelha, o ajuste pode chegar a R$ 3,50 a cada 100 kWh, se o segundo patamar for acionado. Isso acontece quando o valor na termelétrica supera R$ 610 por MWh.
“Está difícil ter que lidar com tanto aumento. Parece pouca coisa (R$ 3), mas no final, faz toda diferença. É um dinheiro que deixamos de investir em algo, muitas vezes, em outra necessidade. Imagina quem não tem R$ 1 sobrando para comprar pão, certamente ficará sem alimento e sem luz em casa. Estamos vivendo uma situação muito constrangedora, não pela bandeira vermelha, mais pelo aumento no preço de tantas coisas básicas, que necessitamos”, desabafou a universitária Lorraine Gonçalves da Fonseca, de 28 anos.
Opiniões como a da Lorraine têm sido muito comuns de se encontrar. Assim como ela, o aposentado Antônio Carlos Medeiros, de 67 anos, se coloca no lugar de outras pessoas e reconhece as dificuldades financeiras que o brasileiro vem enfrentando há tempos. “Só se fala em crise, aumento de imposto e nada resolve. Um centavo a mais na conta de luz faz toda diferença, pelo menos para mim”, disse o aposentado, lamentando ainda o reajuste nos combustíveis.
Este ano, a bandeira vermelha vigorou nos meses de maio e abril, em seu primeiro patamar. Em janeiro, fevereiro e junho, a bandeira foi a verde. Em março, passou para amarela – assim como no mês passado.
PIS/COFINS
Após a derrubada da liminar que suspendia o decreto presidencial para aumento da alíquota de PIS/Cofins sobre o combustível, o Governo Federal decidiu rever o reajuste e reduzir parte da taxa do etanol, diminuindo o aumento do imposto em R$0,8 por litro. A medida inicial previa acréscimo de R$ 0,32 no etanol, mas a alta será de R$ 0,24. Já a tributação para a gasolina e para o diesel continua a mesma.