SUL FLUMINENSE
O Banco Central do Brasil (BC) lançou nesta quarta-feira, 19, em São Paulo, o PIX que a partir de novembro permitirá aos usuários de serviços bancários os pagamentos e transferências pelo celular de forma intuitiva, rápida e segura, a qualquer dia do ano, sem limite de horário, e com o dinheiro imediatamente disponível ao recebedor. O PIX tornará mais fácil e rápida a realização de pagamentos e transferências entre pessoas, empresas e entes governamentais.
Com a implantação do PIX, o país ganha mais uma alternativa para efetuar transações, além dos modelos tradicionais já existentes, como TED, DOC, boleto, cheque e cartões. “Para além da rapidez e praticidade dos pagamentos instantâneos, a sociedade poderá sentir os benefícios da maior competição no mercado de pagamentos de varejo, com redução de custos e melhoria na qualidade dos serviços. Além disso, essa iniciativa, em linha com a revolução tecnológica em curso, possibilita a inovação e o surgimento de novos modelos de negócio e promove a eletronização dos pagamentos, reduzindo o risco operacional e as dificuldades relacionadas ao uso do dinheiro em espécie”, ressaltou João Manoel Pinho de Mello, diretor de Organização do Sistema Financeiro e de Resolução.
No Sul Fluminense diversos correntistas acreditam que a novidade deve agilizar a rotina de transações comerciais. A contadora Amanda Batista, aposta na facilidade para enviar e receber recursos entre contas bancárias. “O TED e o DOC estão com os dias contados na minha vida. Pelo que entendi e acho muito bom, a nossa vida será mais fácil para enviar e receber valores. Auxiliamos diversos clientes diariamente com emissão de notas, guias e muitas vezes precisamos quitar valores: depositar, sacar, enfim. Com prazo menor, em segundos, acho que tem tudo pra conquistar os correntistas”, afirma. Já o empresário Ricardo da Silva aguarda mais informações da novidade que espera eliminar a chateação da conferência de valores em transferências bancárias. “Com o TED e DOC o prazo muitas vezes demora e com o PIX a liquidação será imediata e isso é fantástico, ao menos pra mim, que terei mais facilidade para acompanhar o saldo bancário e dar baixa em pagamentos e dinheiros que as vezes leva horas, dias pra compensar”, comenta.
Com o PIX será possível enviar e receber quantias instantaneamente a partir de diversos meios, inclusive aplicativos em smartphones. Ou seja, ao efetuar um pagamento ou transferência, o dinheiro já entrará imediatamente na conta do recebedor. Segundo o BC, para usar o PIX, será preciso que o pagador e o recebedor tenham conta em um banco, em uma instituição de pagamento ou em uma fintech – não necessariamente uma conta corrente, as transações também poderão ser feitas usando uma conta de pagamento ou poupança. O dia e a hora da transação não importarão, nem se o solicitante e o recebedor da operação possuem relacionamento com o mesmo banco ou instituição. A liquidação será imediata, ou seja, o recebedor terá em poucos segundos os recursos disponíveis em sua conta.
MELHOR EXPERIÊNCIA DO CLIENTE
Mais que celeridade, o PIX trará mais facilidade na realização das transações, que poderão ser feitas por meio de QR Code ou a partir da inserção de informações simples como número de celular, e-mail, CPF ou CNPJ (tecnicamente chamadas de chave ou apelido). Quanto aos QR Codes, o BC estabeleceu dois tipos: estático e dinâmico. O estático poderá ser usado em múltiplas transações e permitirá a definição de um valor fixo para um produto ou a inserção do valor pelo pagador. Poderá ser usado para uma transferência entre duas pessoas, por exemplo.
Já o QR Code dinâmico será de uso exclusivo a cada transação e permitirá a inserção de informações adicionais, o que facilita a conciliação e automação comercial. Ele servirá para o pagamento de uma compra em um supermercado ou em um restaurante, entre outras possibilidades. “Com o PIX será possível enviar e receber quantias instantaneamente a partir de diversos meios, inclusive aplicativos em smartphones, a qualquer hora do dia e da noite”, explica Carlos Eduardo Brandt, chefe adjunto no Departamento de Competição e de Estrutura do Mercado Financeiro, do BC. Além das funcionalidades que estarão disponíveis em novembro, já estão no radar evoluções importantes como, por exemplo, pagamento por aproximação.
O PIX CHEGANDO AO CIDADÃO
O BC divulgou algumas medidas com o objetivo de fazer com que esse novo meio de pagamento seja ofertado aos clientes finais, pagadores e recebedores, aumentando as alternativas de escolha da população. A existência de uma marca única é imprescindível para que os usuários identifiquem o PIX de uma forma clara e inequívoca. A identidade visual facilitará o entendimento e a adoção do instrumento.
Com a participação da Secretaria Nacional do Tesouro, será possível que cidadãos brasileiros possam fazer seus recolhimentos à União, por exemplo, o pagamento de taxa de passaporte ou entrada em um parque federal, de uma forma muito mais simples e rápida, desde o lançamento do PIX, melhorando bastante a experiência atual. “Além disso, medidas que impõem a obrigatoriedade de oferta desse serviço aos maiores agentes do mercado farão com que o PIX chegue a uma maior parcela da população, possibilitando que as pessoas escolham a opção que lhes for mais conveniente.” diz Breno Lobo, do Departamento de Competição e de Estrutura do Mercado Financeiro.
PAGAMENTOS INSTANTÂNEOS
Pagamentos instantâneos são as transferências monetárias eletrônicas na qual a transmissão da ordem de pagamento e a disponibilidade de fundos para o usuário recebedor ocorre em tempo real e cujo serviço está disponível durante 24 horas por dia, sete dias por semana e em todos os dias no ano. As transferências ocorrem diretamente da conta do usuário pagador para a conta do usuário recebedor, sem a necessidade de intermediários, o que propicia custos de transação menores.
A implementação do ecossistema de pagamentos instantâneos no Brasil, prevista para novembro de 2020, além de aumentar a velocidade em que pagamentos ou transferências são feitos e recebidos, tem o potencial de alavancar a competitividade e a eficiência do mercado; baixar o custo, aumentar a segurança e aprimorar a experiência dos clientes; promover a inclusão financeira e preencher uma série de lacunas existentes na cesta de instrumentos de pagamentos disponíveis atualmente à população. Esse modelo está em linha com a revolução tecnológica em curso, possibilita a inovação e o surgimento de novos modelos de negócio e a redução do custo social relacionada ao uso de instrumentos baseados em papel.