Baile Charme é a atração desta quinta-feira

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BARRA MANSA

Pela primeira vez Barra Mansa recebe uma edição do Baile Charme. O evento acontece hoje às 19 horas num restaurante localizado no edifício Pio XII, a entrada é franca. A organização pede que os participantes use traje esporte fino. A música fica por contados DJs Pelezinho, Lúcia, João Borges, Carlinho e Elino.

Organizado por Luis Antonio Silva, o DJ Pelezinho, a festa visa a integração de pessoas e o resgate da black music, sucesso nas décadas de 70 e 80. “Temos vários participantes de Barra Mansa e tínhamos que prestigiá-los. Estamos com grande expectativa, afinal a cidade foi uma das precursoras de tais eventos, há registros que na década de 80 já existiam bailes assim no Minas Esporte Clube, para o próximo ano temos projeto de continuar realizando eventos na cidade”, destaca o organizador.

O baile saiu de casa e foi para as ruas. “Eu sempre ouvia a Black Music em casa e imaginava o baile. Então, decidi colocar a ideia em prática e deu certo. A cada edição temos relatos de pessoas que se reencontraram após anos sem se verem”, relembra.

Pelezinho destaca que os bailes tem tido boa aceitação, uma vez que são em organizados e de ambiente familiar. “Quem vai quer recordar a adolescência, dançar, se divertir, e dançar com os vários passinhos. É uma festa para toda família, hoje em dia, há muitos jovens frequentando os bailes”, citou, informando que haverá decoração especial.

BAILE CHARME

A origem desta festa remonta aos bailes de soul e funk, anos 1970, cuja execução no Brasil foi realizada por DJs como Big Boy, Ademir Lemos e Mister Funk Santos. As canções tocadas nos bailes charme devem muito ao chamado soul da Filadélfia, uma vertente da soul music conhecida pelos arranjos e melodia.

No final de 1976, a soul music dava sinais de desgaste, seja pela pulverização do repertório ou pela não renovação do seu público. Outro detalhe que apressaria a morte do soul foi o nascimento de um outro movimento entre jovens brancos da Zona Norte e Oeste do Rio – “O som das Cocotas”. Fica aqui o registro que o movimento “Black Rio” era formado por 60% de negros e pardos, 40% de brancos e mestiços pobres da periferia da cidade. O primeiro “baque” sofrido pelo movimento Soul foi, sem dúvida, a descoberta e identificação do som “pop-rock” pelos frequentadores brancos da zona norte. O segundo e definitivo golpe sofrido pela agonizante Soul music foi dado pela revolução trazida pela disco music em 1977. Por ter sido um movimento mundial, a disco music mudou o comportamento, a moda e a cultura dos jovens da Zona Norte do Rio e boa parte de Brasil.

Em 1980 a disco se enfraquece como movimento de “dança coletiva”, abrindo espaço para o “pop orientado” da gravadoras multinacionais instaladas no Brasil, deixando, por assim dizer, um vácuo musical nas equipes de som do subúrbio do Rio.  Nessa mesma época, os bailes funk, passaram a tocar gêneros de música eletrônica como miami bass e frestyle, esses estilos dariam origem aos estilos funk carioca e funk melody.

Nesta trajetória desde os anos 1980, os charmeiros passaram a classificar as músicas e chamá-las de acordo com a ocasião de respectivos lançamentos, atribuindo-lhes o nome de “flash back” às músicas produzidas até meados dos anos 1980 e “midbacks” às produzidas entre o final dos anos 1980 e em toda a década de 1990. Esta denominação diferenciada das músicas no movimento charme também se deve parcialmente à existência de variadas vertentes dentro deste estilo, como o new jack swing, um misto de R&B e hip hop.

 

 

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