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Autismo em meninas: diagnóstico tardio, masking e implicações na adolescência que são levados para a idade adulta

Por Andre
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Os sintomas do Transtorno do Espectro Autista (TEA) em mulheres frequentemente se manifestam de maneira sutil e podem ser mascarados por habilidades sociais compensatórias. As mulheres autistas muitas vezes desenvolvem estratégias sofisticadas de camuflagem social, como a imitação de comportamentos e a supressão de traços autísticos, para se encaixarem em ambientes sociais e profissionais. Embora essas estratégias possam criar uma aparente adaptação, elas frequentemente resultam em exaustão emocional e mental, ansiedade crônica, depressão e sensação de alienação.

No ambiente escolar e de trabalho, essas mulheres podem enfrentar dificuldades em áreas como comunicação social, flexibilidade comportamental e adaptação a mudanças inesperadas. Os sintomas tardios podem incluir dificuldade em entender normas sociais implícitas, necessidade de rotina e previsibilidade, hipersensibilidade sensorial e desafios na gestão do tempo e organização. Essas dificuldades podem impactar negativamente o desempenho profissional, a satisfação no trabalho e as relações interpessoais no ambiente laboral.

Desafios e Fatores Contribuintes

A falta de conscientização e compreensão do autismo em mulheres é um dos principais desafios. Muitas mulheres autistas não recebem diagnósticos precisos até a vida adulta, o que significa que elas podem passar grande parte de suas carreiras sem os apoios necessários. Além disso, em ambientes sociais, seja na escola ou no trabalho, características como extroversão, adaptabilidade rápida e habilidades de networking são frequentemente valorizadas, o que pode ser particularmente desafiador para mulheres autistas.


Outro fator significativo é o estresse associado à necessidade constante de camuflagem. A pressão para esconder traços autísticos e se adaptar às expectativas pode levar a um esgotamento significativo e a um aumento de comorbidades psiquiátricas, como ansiedade e depressão. Além disso, a falta de acomodações adequadas e a ausência de uma cultura inclusiva exacerbam essas dificuldades.

Estratégias para um Ambiente Inclusivo

Para abordar os desafios enfrentados por mulheres autistas no mercado de trabalho, é essencial adotar estratégias inclusivas e personalizadas. Primeiramente, as empresas devem promover a conscientização sobre o TEA em mulheres, incluindo treinamentos que abordem as diferenças de gênero na manifestação do autismo. Sensibilizar gestores e colegas de trabalho sobre os desafios específicos enfrentados por mulheres autistas pode criar um ambiente de apoio e compreensão.

Marcele Campos – Psicóloga Especialista em Neuropsicologia (Avaliação e Reabilitação) e Análise do Comportamento Aplicada ao Autismo, Atrasos de Desenvolvimento Intelectual e Linguagem. Trabalha há mais de 28 anos com crianças e adolescentes. Proprietária da Clínica Neurodesenvolver – especializada em avaliação e tratamento de pessoas com Transtornos do Neurodesenvolvimento.

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