ANGRA DOS REIS
Na última semana foi realizada na Câmara de Vereadores uma audiência pública que tratou do tema Comissão da Verdade da Escravidão do Quilombo do Bracuí. O pedido do encontro foi feito pelo presidente do Legislativo, Zé Augusto (MDB), mas o encontro foi presidido pelo vereador Flavinho de Araújo (PSC). A iniciativa partiu da quilombola Dona Marilda Souza, que procurou o gabinete do presidente para levantar possíveis soluções sobre este assunto e levar conhecimento a toda população.
Participaram da audiência pública representantes de diversos órgãos, como o presidente da Comissão da Verdade da Escravidão Negra do Brasil do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Humberto Adami; a palestrante professora e pesquisadora da Universidade Federal Fluminense (UFF), Marta Abreu; a presidente do Conselho Municipal da Igualdade Racial, Jaqueline Máximo; o presidente da OAB de Angra dos Reis, Luis Carlos Elias; e representando o presidente da Câmara Municipal, o procurador geral da Câmara, Valmir Servolo.
A quilombola Dona Marilda pontuou as necessidades da comunidade e falou a respeito das desigualdades e descasos que os quilombolas do Bracuí ainda passam. “É inaceitável a violência que se agrava na comunidade, o vandalismo que a Escola Municipal Áurea Pires da Gama sofreu, não pode ficar impune, e também vamos lutar para que esta escola se torne um patrimônio quilombola”, enfatizou Dona Marilda.
O presidente da Comissão da Verdade da Escravidão Negra do Brasil do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil, OAB, Humberto Adami, deixou claro em sua fala que vai lutar pelos diretos de todos os povos quilombolas do país, e ficou muito feliz com a mobilização que o município teve em fazer este debate. “Há 15 anos a política quilombola está parada. É preciso avançar nesta questão e por isso agora vamos até o governo federal levar os dez direitos constitucionais, para enfim fazer valer os diretos conquistados pelos quilombolas do Brasil que foram adquiridos há muitos anos”, disse Humberto Adami.
Durante audiência pública ainda foi realizada uma palestra da representante da UFF, Marta Abreu, que abordou o tema da história do Quilombo do Bracuí, com vídeos, depoimentos. Para a presidente do Conselho Municipal da Igualdade Racial, Jaqueline Máximo, já era hora de discutir o quilombo. “Esta reunião começou na subseção da Ordem dos Advogados, e já com um resultado inicial positivo, conseguimos nomear a presidente da Comissão da Verdade dos Negros da OAB, de Angra dos Reis, a Drª Édna Neves, que agora é responsável por esta pasta. Demos um passo importante hoje e enquanto estiver presidente da Ordem de Angra estarei apoiando esta luta”, declarou o Dr. Luis Carlos Elias, presidente da OAB de Angra.
Em nome do presidente do Legislativo, o procurador geral da câmara, Valmir Servolo, disse que a causa dos presentes tinha o apoio da câmara.