SUL FLUMINENSE
Uma Audiência Pública na sede da Assembleia Legislativa do Estado do Rio (Alerj), entre a Comissão de Trabalho, de Administração e Serviço Público da Câmara dos Deputados, a direção dos Correios e o sindicato dos funcionários da estatal, discutiu nesta segunda-feira, dia 24, no Rio, o plano da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) visando à readequação da rede de atendimento com o fechamento de agências dos Correios no Estado. Ao menos 161 unidades devem ser fechadas até julho deste ano em todo o país, sendo 30 no Estado do Rio de Janeiro.
A região Sul Fluminense consta na relação de unidades na iminência de fechamento: a agência do bairro Saudade, em Barra Mansa; e a agência do Retiro, em Volta Redonda. O motivo para o fechamento, segundo a ECT é a crise financeira que a empresa passou nos anos de 2015 e 2016, quando acumulou prejuízos de R$ 4 bilhões. Representando a ECT na reunião, o superintendente estadual de Operações dos Correios, Cléber Isaías Machado, disse que a maioria das unidades na lista ocupam imóveis alugados e estão situadas próximas de outras agências. Ao menos 151 funcionários em todo o estado devem ser afetados. “Todos os empregados das agências envolvidas tem quatro opções: aderir ao Plano de Demissão Voluntária (PDV) que já terminou a inscrição e as datas para o pessoal sair; mudar de cargo; ir para outra unidade em qualquer lugar do Brasil e os que não tiverem atendidos por essas possibilidades, vamos estudar caso a caso e tentar aloca-lo o mais próximo de sua residência ou de onde ele trabalhava”, afirmou.
SINDICATO CRITICA INICIATIVA
O presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Empresa Brasileira de Correios Telégrafos e Similares do Estado do Rio de Janeiro (Sintect-RJ), Ronaldo Martins, participou do encontro e reforçou a preocupação quanto ao serviço social dos Correios. “A nossa grande preocupação é o Correio continuar prestando seu serviço social aqui no Estado do Rio de Janeiro e também a questão dos trabalhadores. A empresa fez o fechamento de agências a ‘toque de caixa’, os trabalhadores foram pegos de surpresa. E os critérios adotados é transferência para outro município, adesão ao PDV ou mudança para carteiro. Muitos desses trabalhadores, lotados nessas agências, são desviados de função devido à sua saúde. São senhoras, senhores, que não tem mais condição de ir às ruas trabalhar com bolsa para entrega. Nossa defesa é do papel público do Correio”, informou.
NOVA AUDIÊNCIA
O deputado federal Paulo Ramos, que integra a Comissão de Trabalho da Câmara dos Deputados, declarou ao fim do evento que vai solicitar uma audiência com o novo presidente dos Correios, o ex-ministro da Secretaria-Geral, Floriano Peixoto, para discutir a situação das agências. “Há uma decisão da direção maior da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos com o objetivo de fechar agências, reduzir custos. Mas, na verdade, existe um custo para a população e as suas consequências para os trabalhadores. O fechamento de agências causa um prejuízo para a própria empresa. Vamos marcar uma audiência com o novo presidente e vamos ver se, levamos algumas informações para sensibiliza-lo”, disse.
SUL FLUMINENSE
Na região, o diretor do Sintect-RJ no Sul Fluminense, Esmeralci Silva, acredita que uma nova agenda em Brasília possa evitar o fechamento das agências de Saudade e Retiro. Ele criticou a ECT por propor o fim de atividades em postos da região. “A agência de Saudade é uma das 10 com melhor retorno financeiro para toda a região Sul Fluminense e para ir até a agência mais próxima em Barra Mansa, no Centro, é preciso pegar ônibus e ela também atende vários bairros vizinhos. Em Volta Redonda, o Retiro é praticamente uma mini cidade dentro do município: tem lojas, bancos, tudo… Os empresários e moradores precisam dela ativa, até porque a mais próxima só se chega de ônibus ou carro. E pela questão dos funcionários, as propostas da empresa não agradam, os funcionários não tem garantia se haverá vaga para outra unidade, por exemplo”, finaliza.
No início do mês, moradores do bairro Saudade realizam abaixo-assinado encaminhado à direção da ECT e ao prefeito Rodrigo Drabe, contra o fechamento da agência. “Sem essa agência, todos terão que seguir ao centro da cidade para utilizar os serviços dos Correios. Nosso documento será entregue ao prefeito Rodrigo Drable e autoridades estaduais que poderão, junto com o sindicato, defender o interesse dos moradores”, afirmou o presidente da Associação de Moradores do Bairro Saudade, André Paulo Rodrigues de Carvalho.
CORREIOS JUSTIFICAM O FECHAMENTO
A direção dos Correios informou ao A VOZ DA CIDADE que “dando sequência ao processo de readequação da rede de atendimento iniciado em 2018, os Correios migrarão para outras unidades as atividades de 161 agências em todo o país, até o dia 5 de julho de 2019. No Estado do Rio de Janeiro, serão 30 agências. Os empregados dessas agências serão transferidos para outras agências ou poderão optar pelo reenquadramento de atividade. O atendimento será absorvido por outras agências próximas, sem prejuízo da continuidade e da oferta de serviços e produtos”.
Sobre as unidades que constam na lista de desativação, os Correios disseram que “as unidades que serão desativadas ocupam imóveis alugados e estão muito próximas de outras. Atualmente, os Correios possuem cerca de 11 mil pontos de atendimento em todo o país, sendo a única empresa pública presente em mais de 5.500 municípios brasileiros”.
1 Comentário
Quer dizer que os deputados e sindicalese querem uma empresa pública pagadora de aluguel para agências deficitárias? ?