BARRA MANSA
A Praça da Matriz, no Centro, foi o local escolhido nesta terça-feira, 4, pela família e amigos de Lorenzo Eduardo Terra Avelino, que foi assassinado em 2023, para um ato pela paz. “Quando a lei falha em punir à altura da barbárie, a vida perde valor diante da impunidade”, disse o pai de Lorenzo, Milton Leonardo Avelino. O julgamento do caso acontece nesta quarta-feira, 5, às 10 horas, no Tribunal do Juri de Barra Mansa.
O caso de Lorenzo se transformou em uma mobilização nacional. Mais de 28 mil pessoas assinaram um abaixo-assinado pelo fim da progressão de penas em crimes brutais. A campanha, na plataforma Change.org foi intitulada “Justiça por Lorenzo e por todas as vítimas”. “Crimes bárbaros não podem ser tratados como crimes comuns. Pessoas cruéis, frias e calculistas não devem ter direito a benefícios. O assassino do meu filho ainda vai a julgamento e pode deixar a prisão anos antes do tempo estabelecido em sentença. Isso é injusto com as vítimas e perigoso para a sociedade. Como aceitar que alguém que agiu com tamanha frieza e perversidade volte ao convívio social, enquanto as vítimas jamais terão essa oportunidade?”, questiona o pai.
Lorenzo foi morto dentro de sua casa a golpes de martelo. Um primo foi preso no mês seguinte do crime. Para Milton, a legislação precisa mudar para garantir justiça efetiva e segurança à sociedade. “Milhares de vidas seriam poupadas se houvesse punições exemplares”, afirma.
Esse foi o segundo ato realizado pela família de Lorenzo na Praça da Matriz. O primeiro foi no ano que aconteceu o crime.
ABAIXO-ASSINADO
Mais de 28 mil pessoas já assinaram o abaixo-assinado (https://l1nq.com/bd97d) em apoio ao endurecimento das penas para crimes hediondos. O movimento ganha força enquanto o Congresso Nacional analisa projetos que restringem benefícios penais para criminosos desse tipo.
Entre eles, o PL 839/2024, aprovado na Comissão de Segurança Pública do Senado, prevê que líderes de facções e milícias cumpram toda a pena em presídios de segurança máxima. Já o PL 1112/2023, aprovado na Câmara, exige o cumprimento de 80% da pena em regime fechado e veta liberdade condicional. Outro texto em tramitação, o PL 853/2024, propõe proibir totalmente a progressão de regime para condenados por crimes hediondos.


