‘Ato 9 de Novembro’ relembra a luta pelo turno de 6 horas na CSN

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O “Ato 9 de Novembro”, realizado no início da noite desta quinta-feira, 9,na Praça Juarez Antunes, na Vila Santa Cecília, em Volta Redonda, relembrou a luta dos metalúrgicos da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) pelo turno de 6 horas. De acordo com os organizadores, cerca de 300 pessoas estiveram presentes no ato, entre representantes de centrais sindicais, dos sindicatos da Construção Civil e dos Metalúrgicos, do Movimento pela Ética na Política (MEP) e lideranças religiosas, como o bispo diocesano Dom Francisco Biasin, que discursou.
Durante o ato, os participantes que discursaram criticaram a Companhia Siderúrgica Nacional em querer, agora, implantar o turno fixo de 8 horas na Usina Presidente Vargas (UPV). Conforme declararam, depois de 29 anos o turno de 6 horas, que foi uma das principais conquistas dos metalúrgicos na greve de 1988 onde morreram três trabalhadores, William, Walmir e Barroso. Eles foram mortos durante a invasão do Exercito na Usina para forçar o fim da greve.
O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do Sul Fluminense, Silvio Campos, um dos que defende a permanência do turno de 6 horas, lamentou que a empresa queira, depois de 29 anos, tirar a conquista dos trabalhadores. Relatou que, a morte de William, Walmir e Barroso é a grande prova da luta dos metalúrgicos. Disse que, vai continuar brigando pela permanência do turno de 6 horas que, após 29 anos da greve volta a ser discussão. “Na época, a luta dos trabalhadores foi para a implantação do turno e agora a briga é para a permanência da conquista”, relatou o sindicalista lembrando que a luta continua.
BISPO SOBRE TURNO DE 6 HORAS
O bispo Biasin também falou sobre o turno de 6 horas. Lembrou que, o que a CSN quer é tirar dos trabalhadores uma conquista de muita luta. Outro que lembrou a luta dos metalúrgicos para chegar ao turno de 6 horas foi o secretário geral do MEP, José Maria da Silva, o Zezinho. Disse que, é uma conquista dos trabalhadores que deve ser respeitada. Lembrou ainda que, as lembranças da greve na CSN de 29 anos atrás não são boas, mas as conquistas que os trabalhadores tiveram devem ser lembradas e conservadas.
Zezinho fez questão de lembrar ainda que, depois da greve de 1988, foi criada uma Lei Municipal que constitui o dia 9 de novembro de referência à maior greve já realizada na CSN. “Passados 29 anos desse grande movimento, fica a minha indagação. Será que hoje teve atividades nas escolas do município sobre o tema? A pergunta é direcionada a Secretaria de Educação de Volta Redonda”, ressaltou Zezinho.
SENADOR NO ATO
Quem também deu uma passadinha no ato para lembrar os 29 anos da maior greve já realizada na Usina Presidente Vargas, foi o senador Lindbergh Farias. O petista, que chegou mais cedo em Volta Redonda, esteve na Cúria Diocesana, onde se encontrou com o bispo, na sede do Sindicato dos Metalúrgicos participando de um encontro com sindicalistas e na Câmara de Vereadores, onde estava sendo realizada a sessão ordinária especial. No legislativo, o senador falou sobre a importância dos vereadores para a melhoria da cidade.
Na Câmara de Vereadores, Lindbergh aproveitou também para fazer a entrega, ao presidente da Casa, vereador Sidney Dinho, da verba de R$ 1,7 milhão conseguida com sua emenda para o investimento na área da saúde da cidade. Entregou também, mais R$300 mil de emenda que, segundo ele, foi uma solicitação do vereador Carlinhos Santana (SD) para também investir na saúde. Após ouvir pedido de outros vereadores para a inauguração do Hospital de Hemodiálise, ele sugeriu que essa verba pode ser usada para esse fim, mas prometeu levar, em breve, a solicitação dos vereadores ao Mistério da Saúde. Prometeu também disponibilizar nova emenda para Volta Redonda.
Ao A VOZ DA CIDADE, o senador declarou que, o momento é de luta, pois com a reforma trabalhista imposta pelo Governo Temer, vem para acabar com todos os direito e conquistas da classe trabalhadora. Lembrou ainda que, para Volta Redonda, o 9 de novembro passou a ser um dia de luta para dos trabalhadores. Por isso, como um militante pelas classes trabalhistas, não poderia deixar de estar presente nesse ato em Volta Redonda. “Façamos do 9 de novembro um dia de homenagem a Wiliam, Walmir e Barroso, a todos os lutadores históricos da categoria metalúrgica e de toda a classe trabalhadora. É um dia de luta contra a retirada de direitos trabalhistas e previdenciários. Há exatamente 29 anos atrás,o Exército invadiu as instalações da CSN onde a categoria conquistava o turno de 6 horas. Hoje, a luta é para a não retirada dessa conquista. É mais um caso de repressão violenta a trabalhadores que lutaram pacificamente por condições humanas de trabalho e em defesa da soberania nacional”, concluiu.

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