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Atividade industrial se aproxima do patamar pré-pandemia

Por Idel Pinheiro
BRASÍLIA/SUL FLUMINENSE
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A atividade industrial continuou em trajetória de recuperação em julho. Com o novo aumento, os índices de faturamento, horas trabalhadas na produção e utilização da capacidade instalada (UCI) reverteram a maior parte da queda acumulada em março e abril, meses mais críticos da crise, e estão próximos do patamar pré-pandemia. Os dados são dos Indicadores Industriais, da Confederação Nacional da Indústria (CNI).

A pesquisa Indicadores Industriais é realizada mensalmente e foi criada pela CNI para monitorar a atividade na indústria de transformação. A pesquisa é realizada em parceria com 12 federações de indústria, sendo elaborados, em termos nacionais, indicadores de faturamento, horas trabalhadas na produção, emprego, massa salarial, rendimento médio e utilização da capacidade instalada.

O estudo revela que o faturamento real, na série dessazonalizada, aumentou 7,4% em julho, acumulando alta de 34,5% nos últimos três meses. O índice está 1,7% menor que o registrado em fevereiro de 2020, antes da pandemia do novo coronavírus e no acumulado de 2020 até julho apresenta queda de 5% na comparação com o mesmo período de 2019.

As horas trabalhadas na produção aumentaram 4,5%  em julho, na série dessazonalizada. O acumulado de 20,9% na alta das horas trabalhadas nos últimos três meses reverte a maior parte da queda de 23% observada em março e abril. O índice encontra-se 7% abaixo do registrado em fevereiro. No acumulado do ano a queda é de 9% em relação a igual período de 2019. Abaixo, os indicadores da indústria em julho:

UTILIZAÇÃO DA CAPACIDADE INSTALADA

Movimento semelhante é observado na Unidade de Capacidade Instalada (UCI), que aumentou 2,9 pontos percentuais em julho, chegando a 75,4%, considerando a série livre de efeitos sazonais. O percentual é 3,4 pontos percentuais inferior ao registrado no pré-pandemia, em fevereiro e, na média de 2020 até julho, a UCI é 3,6 pontos percentuais inferior ao mesmo período de 2019.


Já o emprego industrial segue sem reação. Em julho, o indicador ficou próximo da estabilidade, ao registrar queda de apenas 0,2%. A massa salarial e o rendimento médio, por sua vez, caíram na comparação com junho. Em relação a fevereiro, o emprego industrial acumula queda de 3,5% e a massa salarial, de 6,8%.

O rendimento real pago aos trabalhadores da indústria caiu 2,4% em julho, considerando a série dessazonalizada. O resultado reverte parcialmente o crescimento do mês anterior, fruto do fim de parte dos acordos de suspensão e/ou redução de jornada de trabalho e salário. No acumulado do ano de 2020 até julho, o rendimento médio real é 3,6% inferior em relação ao mesmo período de 2019.

PRODUÇÃO INDUSTRIAL

A análise constatada pela CNI na evolução da atividade industrial corrobora os dados da Pesquisa Industrial Mensal (PIM) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgada em agosto. O levantamento aponta a alta de 8% na produção industrial no mês de julho, no comparativo com o mês anterior. Apesar disso, no saldo de 2020 a indústria brasileira apresenta queda de 9,6%. “Observa-se uma volta à produção desde maio, e é um crescimento importante, mas que ainda não recupera as perdas do período mais forte de isolamento”, afirma Andre Macedo, gerente da PIM.

A principal influência no resultado para o mês segue sendo do setor de veículos automotores, reboques e carrocerias, que cresceu 43,9%. O Sul Fluminense é um dos principais polos do setor automotivo e com a retomada das atividades nas unidades de veículos, caminhões e ônibus, auxiliou a produção industrial.

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