NOVA IORQUE
A Assembleia Geral das Nações Unidas realiza, esta quinta-feira, uma reunião para debater a situação no Oriente Médio e a Questão Palestina.
Pelo menos 11 dos 95 participantes são primeiros-ministros e ministros de Estado. É pela primeira vez, desde o início da pandemia, que um evento presencial de alto nível ocorre no hall da Assembleia Geral, em Nova Iorque.
O encontro ocorre no décimo dia da nova onda de violência entre forças israelenses, o movimento Hamas e grupos armados da Faixa de Gaza. Uma outra reunião sobre o tema deve ser realizada em 27 de maio no Conselho de Direitos Humanos, em Genebra.
Na Assembleia Geral, o secretário-geral António Guterres disse que bombardeios aéreos e de artilharia pelas Forças de Defesa de Israel já mataram 208 palestinos, incluindo 60 crianças e feriram milhares em Gaza. Ele destacou que “se existe um inferno na terra, são as vidas das crianças palestinas”.
O chefe da ONU também considerou inaceitável o lançamento de foguetes pelo Hamas e outros grupos de milícias contra os moradores de Israel. Pelo menos 12 pessoas morreram, incluindo dois menores, e centenas ficaram feridas.
Guterres sugere um “processo de paz revitalizado como o único caminho para uma solução justa e duradoura.”
O secretário-geral disse que esforços diplomáticos intensos envolvem altos funcionários da ONU, incluindo o coordenador especial para o Processo de Paz no Oriente Médio. Também o Egito, a Jordânia, o Catar e outros parceiros-chave internacionais são abordados para incentivar as partes a parar com a violência.
António Guterres falou ainda do envolvimento direto com as partes em conflito, incluindo o Hamas, nos esforços para garantir o fim dos confrontos.
Além de pedir à comunidade internacional que faça tudo ao seu alcance para permitir o recuo das partes em conflito, ele apelou aos envolvidos que permitam que os esforços de mediação se intensifiquem pelo fim dos confrontos.
Já o presidente da Assembleia Geral, Volkan Bozkir, disse que é preciso que a comunidade internacional mostre aos palestinianos e israelenses que há uma luz no fundo do túnel e nem tudo está perdido, apesar da situação sombria atual.
Ele declarou que apesar de muitas situações o sistema multilateral enfrenta, o histórico institucional da ONU prescreve o caminho a seguir nesta questão: um retorno rápido às negociações incluindo de Jerusalém e dos dois Estados independentes, soberanos e viáveis vivendo lado a lado em paz, segurança e reconhecimento mútuo com fronteiras reconhecidas com base nos limites anteriores a 1967, tendo Jerusalém como a capital de ambos.
De acordo com o Escritório de Assistência Humanitária, o número de deslocados palestinos subiu para 75 mil.
Pelo menos 47 mil buscam proteção em 58 escolas da Agência de Assistência aos Refugiados Palestinos, Unrwa, e outros foram acolhidos por famílias anfitriãs.
Em nota separada, o subsecretário-geral para Assuntos Humanitários, Mark Lowcock, pediu às partes envolvidas na violência para concordarem “com uma pausa humanitária para permitir a distribuição de ajuda de emergência”.
O também coordenador de Assistência de Emergência realçou a necessidade de civis comprarem água, procurarem atendimento médico e atenderem outras necessidades de emergência.
Antes, o Escritório pediu que as autoridades israelenses abrissem mais canais de acesso de auxílio.
Na terça-feira, foi encerrada a travessia Kerem Shalom, momentos após a abertura, devido ao lançamento de morteiros por um grupo armado palestino. Somente cinco dos 24 caminhões humanitários programados para o dia tinham entrado em Gaza.
* Silas Avila Jr – Editor Internacional