As lições que já aprendemos com a pandemia da Covid-19

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Ainda não chegamos ao fim da pandemia, mas já adquirimos alguns conhecimentos em decorrência dela. No meio empresarial, as empresas lutam para sobreviver, aprendendo a lidar com uma situação nunca antes vivida.
Quem pode, presta o serviço de forma eletrônica. A educação, por exemplo, foi um dos setores que primeiro teve que se adequar à nova rotina. As lojas viram a importância de ter plataformas online e os restaurantes se especializaram em ‘delivery’.
De uma forma ou de outra, aprendemos que possuímos mecanismos (muito úteis) que, até então, não fazíamos uso (ou pelo menos, não da forma adequada).
No meio corporativo, aprendemos a fazer reuniões pelos canais digitais, os serviços passaram a ser prestados de forma remota (até o serviço público – a Justiça Federal do Rio de Janeiro, por exemplo, já anunciou que irá prorrogar o serviço remoto até o final deste ano). Contratos podem ser assinados eletronicamente (com certificado digital ou outras formas de assinatura eletrônica).
No campo jurídico, os processos, que já eram eletrônicos, ganharam audiências telepresenciais. Como o acesso aos prédios da justiça está fechado por tempo indeterminado, os ‘despachos’ (momento em que o advogado tem a oportunidade de fazer o pedido diretamente ao juiz, dada a urgência da situação) podem ser feitos por vídeo ou e-mail.
Até os mandados de pagamento, que antes eram burocratizados – obrigando os advogados a retirarem o mandado (físico) do processo e, com a cópia de outros documentos, fazer o protocolo no banco para, aí então, aguardar para receber – passaram a ser levantados por meio de simples transferência eletrônica de valores.
Com todas essas mudanças as perguntas que nos deixam inquietos não são poucas. Será possível economizar mantendo os funcionários trabalhando em casa? Realmente precisamos de grandes estruturas que, além do valor referente ao IPTU e aluguel, geram vultosas contas de energia e água? É possível manter ou até aumentar a produtividade com o trabalho remoto?
Foi neste cenário que Mark Zuckerberg afirmou que, mesmo sem ter certeza do efeito sobre os custos (já que a economia será parcialmente compensada por custos adicionais relacionados a viagens e tecnologias associadas à instalação de equipamentos de trabalho em casa), o Facebook irá adotar o trabalho remoto de forma permanente após a pandemia. A ideia é de que metade de seus funcionários trabalhe remotamente dentro dos próximos 5 a 10 anos.
Somado a estes questionamentos, as inúmeras novas leis e decretos, que surgem a todo momento, tentando regular o que não se podia prever, tornam a situação ainda mais complexa.
Neste cenário de incerteza, não podemos afirmar muita coisa além de que nada permanecerá da forma como era antes. A expressão ‘novo normal’ já toma conta dos debates.
Porém, uma coisa é certa: uma equipe de profissionais capacitados e dispostos a encarar as mudanças (que não são poucas) trazidas pela pandemia será fundamental para a saúde da empresa. Pessoas que inovam no meio do caos, que têm ciência da seriedade e gravidade da situação, mas que não se desesperam com os percalços, fazem a diferença nestas horas.

Izabela de Souza Cunha
OAB/RJ 174.265

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