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Após incêndio na Fazenda da Grama moradores ressaltam importância de um Corpo de Bombeiros

Por Carol Macedo
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RIO CLARO

Após o incêndio que destruiu o Casarão da Fazenda da Grama, no último sábado, 21, os moradores do distrito estão preocupados com o aumento de incêndios supostamente criminosos que ocorrem na localidade. E essa preocupação não é de agora. Em setembro, o A VOZ DA CIDADE ouviu moradores que pediam uma providência do governo local a respeito das constantes queimadas nas matas. Além disso, há uma preocupação com outros imóveis históricos do distrito, como por exemplo, a Igreja de São Joaquim da Grama.

Apesar de Rio Claro possuir uma área de mais de 800 quilômetros quadrados, a cidade não conta com uma sede do Corpo de Bombeiros. Dando exemplo do que aconteceu no último sábado, com o incêndio do casarão, foi necessário que dezenas de homens da equipe do Corpo de Bombeiros de Barra Mansa, Piraí e Volta Redonda se deslocassem para Rio Claro para combater o fogo do imóvel histórico, que fica entre a estrada para Arrozal e a Rua Jabuticabeira. De acordo com os moradores, além da demora para chegar ao local, uma das viaturas não tinha água e precisou abastecer no Açude do distrito. Em outros casos, muitas vezes, com a demora da equipe dos bombeiros chegar a cidade, os moradores acabam se arriscando para apagar os incêndios.

A destruição do imóvel histórico, reascendeu a preocupação dos moradores em relação a conservação dos outros locais e também da mata. “Essa área é muito importante, além da valorização histórica, a mata que temos é muito importante para o meio ambiente. Aqui foi a sede do maior plantador de café da história, poderíamos usar esses fatores para trazer pessoas para conhecerem melhor a cidade, porém, o Poder Público parece não pensar dessa forma”, disse um dos moradores que preferiu não se identificar por medo de represálias.

Desde setembro, os moradores contam que terrenos privados que possuem área ambiental e animais nativos estão sendo constantemente prejudicados por incêndios criminais. Durante este período eles relataram que foram realizadas diversas denúncias à prefeitura, porém, nenhuma iniciativa foi tomada para sanar ou punir os responsáveis.


Em resposta a matéria do A VOZ DA CIDADE do mês de setembro, a prefeitura disse do estudo sobre a criação de uma brigada anti-incêndio na cidade, o que ainda não aconteceu. Segundo a National Fire Protection (NFPA), o ideal é que o município tenha um profissional para cada dois mil habitantes. Rio Claro tem 18,5 mil pessoas.

Novamente, hoje, a prefeitura foi procurada e não informou sobre a brigada em Rio Claro. Já sobre a falta de iniciativas para zelar e preservar, através de manutenções os imóveis históricos da Fazenda da Grama, a prefeitura informou que está sendo providenciada uma reunião para discutir o assunto.

TRADIÇÃO HISTÓRICA

A Fazenda de São Joaquim da Grama, conhecida hoje como Fazenda da Grama, serviu como sede de administração do Império de Breves. Ali se reuniam famílias importantes da época para discutir os assuntos de interesse dos cafeicultores e costurar acordos políticos. Decidido a descansar para sempre na propriedade, o dono da fazenda, comendador Joaquim José de Souza Breves, construiu, em 1887, a Igreja de São Joaquim da Grama, para que ele e sua família fossem sepultados no local. O fazendeiro foi considerado o “Rei do café” do Brasil Imperial, faleceu e foi enterrado na igreja. A Fazenda se destacou na produção de café durante o século XIX.

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