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Apesar das altas nos preços, ovos de Páscoa têm boas expectativas de vendas

Por Franciele Aleixo
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SUL FLUMINENSE

Não é impressão: os preços dos ovos de Páscoa estão mais altos este ano. A afirmação é da pesquisa realizada pela Horus, empresa de inteligência de mercado entre os meses de janeiro e fevereiro.

O estudo, que avaliou o preço de três categorias de chocolate em todo o território nacional, identificou aumento médio de preços de 11% nas barras de chocolates, de 10,5% nos chocolates e bombons e de 1,8% nos ovos de Páscoa.

O aumento verificado nos preços em 2024 é maior que o registrado no mesmo período de 2023, quando os ovos de Páscoa acumularam alta média de 0,4%. Isso ocorre, segundo Fercher, devido ao custo de produção da indústria, que foi influenciado pela alta das cotações do cacau, do açúcar e do leite.

O preço pode até ter subido, mas os brasileiros não deixarão de comprar o item, é o que mostra um levantamento realizado pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), em parceria com a Offerwise Pesquisas, revela que 94% dos brasileiros têm intenção realizar as compras de Páscoa em lojas físicas.

Em Barra Mansa, de acordo com o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), Gleidson Gomes, a entidade estima um aumento nas vendas em torno de 10% e prevê que o valor de consumo deve permanecer o mesmo do ano passado. “Para a CDL BM o estudo demonstra o maior fluxo de pessoas nas ruas, em especial essa semana que antecede a data.  E, portanto, é hora de os lojistas, em seus diferentes segmentos, colocarem a ‘mão na massa’ para atrair a clientela em um comércio diversificado como o de Barra Mansa. Esteja atento ao seu público-alvo e explore essa data com a criatividade que a sua empresa traz. Vemos mais um importante momento de aproveitar uma data comercial e que traz muitas possibilidades. É a chance de aproveitar o boom comercial desse período e encantar seus clientes para gerar vendas qualificadas”, orienta.

A dona de casa Elizabeth Furtado, tem quatro netos, e todos irão ganhar uma lembrancinha. “Dois são pequenos e dois já são adolescentes, mas chocolate é sempre bem-vindo em qualquer idade. Os preços estão caros, mas ver o sorriso deles, é o que recompensa. O negócio é andar, pesquisar e só depois comprar”, cita.


Produção de chocolates

Estimativas de mercado apontam para uma produção de ovos e itens de Páscoa superior a 12,5 mil toneladas de produtos neste ano, em alta de 15% sobre as 10,8 mil toneladas de produtos da Páscoa de 2023. Segundo a Abicab, em 2023 a produção de chocolate no Brasil cresceu 6%, com um total de 805 mil toneladas. O consumo per capita também aumentou 8,3% no período, para 3,9 quilos por pessoa em 2023.

Já uma pesquisa feita pelo Instituto Fecomércio de Pesquisas e Análises (IFec RJ) mostra que 62,1% pretendem presentear alguém na Páscoa. Disseram que não pretender comprar presentes 32,6% e 5,3% ainda não sabem. De acordo com esses dados, a estimativa de movimentação financeira com a data é de R$ 302,84 milhões. O gasto médio com os presentes será de R$ 133,38. Para os que irão presentear alguém, os ovos de Páscoa são os preferidos de 56,8%, seguidos bombons (43,2%) e barras de chocolate (24,3%). 91,1% disseram que farão suas compras em lojas físicas, contra 4,4% em lojas virtuais. 3,9% informaram que poderão comprar em ambas.

O comércio está apostando na Páscoa oferecendo outros produtos além do
chocolate como bichos de pelúcia, brinquedos, jogos eletrônicos, cartões
criativos e kits montados nas papelarias ao gosto do cliente, roupas
(infantis e de adultos), joias e bijuterias entre outros artigos.
De acordo com a pesquisa os lojistas estão preparados para atender o
consumidor que não quer apenas dar de presente ovos de chocolate: 65%
acreditam em aumento de 2,5% nas vendas; 27% em crescimento de 4% e para 8% as vendas aumentarão 3,5%.

Matéria-prima em alta

Outro fator que ajuda a entender o aumento nos preços é a realidade das lavouras da Costa do Marfim e de Gana, que respondem por 60% da produção mundial de cacau. A longa seca na região, influenciada pelo El Niño, diminuiu a qualidade e a produtividade da fruta, pressionando o preço da commodity no mercado internacional desde o ano passado.

Embora o Brasil tenha uma produção relevante da fruta, sendo o sétimo maior no ranking global, a colheita ainda não atende toda a demanda da indústria processadora nacional. Por isso, depende da amêndoa trazida do exterior. No ano passado, o Brasil importou 19 mil toneladas de cacau, o equivalente a 7% do volume moído pelas indústrias associadas à Associação das Indústrias Processadoras de Cacau do Brasil (AIPC).

 

 

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