O Ministério de Minas e Energia (MME) informou hoje (7) que o sistema elétrico de Macapá voltou a ser conectado à rede de Transmissão do Sistema Interligado Nacional (SIN), após terem sido concluídos os reparos em um dos transformadores da Subestação Macapá durante a madrugada. Com isso, segundo nota divulgada pela pasta, o retorno do fornecimento de energia será gradativo, “prezando pela segurança e confiabilidade do atendimento de energia elétrica aos consumidores”.
Segundo a assessoria do governo do estado, no decorrer da manhã a situação começou a se normalizar nas principais cidades do estado. Em Macapá, a maioria dos bairros já estavam recebendo energia, bem como no segundo maior município, que é Santana. Os municípios localizados nos extremos do estado (Oiapoque e Laranjal) também começaram a receber energia. O governo estuda a possibilidade de adotar racionamento, com reativação e desligamento de energia a cada seis horas em todo o estado, até a normalização do fornecimento.
Por volta das 9h30, o ministro Bento Albuquerque iniciou reunião com agentes do setor elétrico visando o restabelecimento da energia. “A eletricidade já começa a chegar na casa dos amapaenses”, informou o ministério.
Segundo o ministério, estão atendidos 80 MW de cargas, o que representa cerca de 33% da carga típica para o horário, de 240 MW. “A tomada de carga pela rede de distribuição é feita gradativamente, com necessidade de manobras em campo, levando um tempo natural para aumento da carga”, disse nota da pasta.
Emergência
Neste sexta-feira (6), o governo do Amapá decretou situação de emergência devido ao apagão que deixou grande parte do estado às escuras desde a noite de terça-feira (3). Segundo o MME, 14 dos 16 municípios amapaenses foram afetados pela falta de energia elétrica. De acordo com o governo local, 700 mil pessoas foram afetadas diretamente pelo apagão. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Amapá tem de 829.424 habitantes.
O desabastecimento de energia foi causado por um problema que, além do desligamento automático nas linhas de transmissão Laranjal/Macapá, causou um incêndio em um transformador da subestação da capital, Macapá. O MME criou um gabinete de gestão de crise, com participação de agentes do setor, como o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), a Eletrobrás e a LMTE (concessionária da linha de transmissão), para resolver a situação.
De acordo com a ONS, o transformador que pegou fogo pertence à empresa concessionária Linhas de Macapá Transmissora de Energia (LMTE), controlada pela espanhola Isolux, e foi totalmente destruído. Como outros dois equipamentos também foram danificados, não houve possibilidade de reaproveitamento das peças para religamento da subestação.
Também nesta sexta-feira, o MME publicou a Portaria 406 que autoriza a contratação, “de forma célere, excepcional e temporária”, de geração de energia elétrica no montante de até 150 MW, no Amapá, por até 180 dias ou em prazo inferior, quando houver reconhecimento pelo Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) de condição satisfatória de atendimento ao Estado.
Pelo Twitter, o presidente Jair Bolsonaro disse, ontem à noite, que uma equipe enviada ao Amapá estava fazendo a filtragem do óleo de um transformador, procedimento que seria concluído nesta madrugada. “Com o óleo estando em condições, o gerador será colocado em funcionamento, e entrará em operação paulatinamente”, disse o presidente. Segundo ele, “o abastecimento de água já foi normalizado e todos os hospitais já estão com energia”.
Governo
No entanto, contatado pela Agência Brasil, o governo do Amapá informou que por volta das 5h, alguns locais começaram a receber energia, “mas a retomada está bastante limitada e não há, ainda, previsão da normalização dos serviços de água e luz”. Segundo a assessoria, algumas localidades estão há 80 horas sem energia.
O presidente do Senado, Davi Alcolumbre, senador pelo Amapá, disse pelas redes sociais que irá hoje ao estado acompanhar de perto os trabalhos para o reestabelecimento da energia.
FONTE AGÊNCIA BRASIL