BRASÍLIA/SUL FLUMINENSE
Mais uma vacina para crianças no combate a Covid-19 foi liberada hoje, 20, pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) de forma unânime. A CoronaVac pode ser aplicada agora em crianças e adolescentes de seis a 17 anos, exceto em casos de menores imunossuprimidos, que são pessoas com baixa imunidade. Porém, a aplicação está liberada para público com comorbidades. Especialistas afirmam que é uma boa notícia já que essa nova vacina pode acelerar o esquema vacinal para crianças que contavam apenas com um imunizante, o da Pfizer.
O intervalo entre as duas doses da CoronaVac será de 28 dias. A vacina é a mesma utilizada atualmente na imunização de adultos, sem nenhum tipo de adaptação para uma versão pediátrica.
O Butantan buscava licença para imunizar a faixa a partir de três anos, mas a agência optou por aguardar até que mais estudos sejam apresentados sobre crianças abaixo dos seis anos.
Essa vacina já é usada ou foi autorizada em crianças em diferentes faixas etárias em pelo menos seis países (Camboja, Chile, China, Colômbia, Equador e Indonésia) e em Hong Kong.
Nessa semana a vacinação em crianças de cinco a 11 anos começou com aplicação da Pfizer na maioria das cidades do Brasil. Há a previsão do Ministério da Saúde de receber 4,3 milhões de doses da Pfizer neste mês, totalizando 20 milhões até março. Seria suficiente para vacinar apenas parcialmente as crianças de cinco a 11 anos nos três primeiros meses do ano, pois a vacinação completa depende de duas doses. O intervalo entre as duas seria de dois meses, o que significa que muitas crianças teriam o esquema vacinal completo em maio ou junho. O Butantan afirmou que há 12 milhões de imunizantes da CoronaVac prontos, à disposição do governo federal. O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga teria afirmado que compraria o imunizante se fosse aprovado pela Anvisa.
Médicos afirmam que a vacina da CoronaVac é boa para o uso em crianças porque teria menos efeitos adversos em comparação com outros imunizantes.
A CoronaVac no Chile, por exemplo, onde está em uso em crianças a partir de seis anos, demonstra que foi importante contra hospitalizações e internações na população pediátrica. Dados de São Paulo mostram que o número de crianças e adolescentes em UTI pela doença aumentou 61% nos últimos dois meses. Isso, mesmo com o fato de crianças serem menos acometidas que os adultos pela Covid-19. O registro aponta que o vírus procura as pessoas mais vulneráveis, que são os que não estão vacinados, a medida que a população adulta recebe a imunização. Isso sem contar que um aspecto da variante ômicron é o fato dela ser mais transmissível.