Angrenses pedem desconto na energia elétrica por morar em cidade com usina nuclear

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ANGRA DOS REIS 

Moradores de Angra dos Reis estão realizando um abaixo-assinado, solicitando desconto na tarifa de energia elétrica, uma vez que residem em uma área de risco por conta da usina nuclear.  O objetivo, segundo os idealizadores, é recolher 100 mil assinaturas para encaminhar para Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj). A líder do movimento, Lívia Oliveira, de 40 anos, afirmou que estará aos sábados de 9 às 12 horas recolhendo as assinaturas na Praça do Papão, no Centro de Angra. Além disso, existe também o abaixo-assinado online que pode ser acessado através do link abre.ai/abaixoassinado-angra.

Os dias para as assinaturas presenciais são: dia 25 de janeiro, 1, 8 e 15 de fevereiro. Após o carnaval outras datas serão agendadas. O abaixo-assinado online está disponível desde o dia 9 de janeiro, e as assinaturas presenciais começaram no último sábado, dia 18. O somatório de ambos já acumula um total de aproximadamente 800 assinaturas. Para mais informações sobre as datas e horários para as assinaturas presenciais, o telefone disponível é o (24) 98835-8024.

Em 2017 a Comissão de Finanças e Tributação da Câmara Federal aprovou a proposta que concede o desconto de 50% nas tarifas de energia elétrica aos consumidores que possuam renda familiar igual ou inferior a cinco salários mínimos e que residam em municípios onde haja usina nuclear. Na ocasião, foi aprovado o Projeto de Lei 976/11, do então deputado Fernando Jordão, que atualmente é prefeito de Angra dos Reis. Contudo, o projeto de lei foi arquivado pelo Congresso Nacional.

De acordo com Lívia, ela começou a organizar o abaixo-assinado em 2014, mas sem sucesso. Ela afirma ainda que com a facilidade dos meios digitais, o movimento pode ser mais divulgado. “Acredito que isso seja um direito do cidadão que mora próximo a essa área de risco. Em outros países as pessoas são isentos de pagar a energia elétrica e a população de Angra mora em um local de risco e não ganha nada para minimizar isso”, afirmou, completando que caso consiga no mínimo dez mil assinaturas, já será o bastante para apresentar para  Alerj. “No mínimo temos direito a 20% de desconto nessa tarifa de luz”, ratificou.

Outro detalhe destacado no abaixo-assinado, é que, além da população não ter o direito do desconto, a crítica também é feita a concessionária de energia que atende a cidade, qual recebe a crítica de ter ‘baixa qualidade’. Sobre isso, no site divulgado anteriormente, uma internauta comentou que mora na cidade sozinha e que a tarifa é alta. “Saio de casa às 6 e volto às 17 horas. Minha conta é de R$ 130, sendo que somente uma geladeira fica ligada”, criticou.

Abraçando a causa

Um dos moradores da cidade, Jurandir Rosa, de 71 anos, afirma ter abraçado a causa após saber que Lívia iniciaria o movimento novamente. “No fim do ano passado, ela comentou que ia começar de novo e eu me prontifiquei a ajudar e estou me empenhando na divulgação”, disse, completando que faz isso não apenas pelo desconto da luz, mas pela segurança da população. “Além da energia elétrica ser de péssima qualidade, onde a conta é cara e os aparelhos são queimados, nós corremos risco aqui”, afirmou, concluindo que essa luta é por um direito da população.

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