SUL FLUMINENSE
O mês de dezembro terá novamente a incidência de cobrança da taxa extra na fatura da conta de energia elétrica, segundo definiu a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). As bandeiras tarifárias voltam e dessa vez na cor vermelha e em patamar 2, o mais elevado. Representa que a Aneel projeta mais dificuldade em gerar energia para o país em virtude do baixo nível dos reservatórios de água nas usinas, elevando os custos. Na prática, a conta de luz de dezembro terá acréscimo de R$ 6,243 para cada 100 quilowatt-hora (kWh). Até novembro prevalecia a bandeira verde, sem custos adicionais ao consumidor.
A direção da Aneel entende que é preciso conscientizar a população para o uso eficiente da energia e que o consumo retomou, em setembro, ao patamar equivalente ao período antes da pandemia do coronavírus.
Para os consumidores a iniciativa onera o orçamento familiar. “Eu desaprovo qualquer aumento. A crise elevou o preço da comida, da gasolina, dos serviços de saúde, dos remédios e tudo que podemos imaginar. Agora, a energia fica mais cara, num mês que sabemos que é chuvoso e quente ao mesmo tempo. Minha conta gira em torno de R$ 250 mensais, não sei o uso em quilowatt-hora, mas já da pra imaginar que se não economizar pagarei uma fortuna no início de janeiro”, comenta o técnico de enfermagem Cristiano Rosa, 35. O morador de Penedo, em Itatiaia, utiliza ar-condicionado, geladeira, freezer e ventiladores de teto. “O difícil é controlar os filhos a não usar ventilador o dia todo, porque se soma a isso a TV ligada, o computador pelo home office da esposa. A conta tende sim a subir bem, se não ficarmos em alerta”, diz.
ISOLAMENTO DOMICILIAR
Enquanto estados e municípios discutem o avanço dos casos de internações por Covid-19, o apelo para manter o confinamento, o isolamento domiciliar tendo a elevar o consumo de energia dos brasileiros. As contas de energia de abril, junho e julho foram as mais elevadas no imóvel da dona de casa Leila dos Santos, 53. Com o reajuste para dezembro e o medo de intensificar a quarentena há o receio dos custos subirem. “Já conversamos e sabemos que é a hora de ficar em casa sim, mas evitando uso de eletrônicos e eletrodomésticos. O calor é o principal vilão nesse momento, porque aumenta o total de banhos quentes, uso de ventilador, ar-condicionado e também a máquina de lavar pela troca diária das roupas suadas, inclusive a roupa de cama. De abril a julho pagamos média de R$ 190 e depois baixamos para R$ 130, R$ 124. Com esse aumento vamos precisar da ajuda mútua em casa”, comenta a moradora de Porto Real.