Alunos provocam sensibilização através de trabalho escolar

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BARRA MANSA

Reflexão, mudança de pensamentos, arrepios, sensibilização, conscientização. Esses foram alguns dos sentimentos retratados pelos alunos do Ciep-292 Professora Jandira Reis de Oliveira ao realizarem o projeto Paz na escola: caminhos para a reflexão. A cultura também foi abordada através da apresentação dos Meninos do Batuque e dos alunos.

A iniciativa coloca em pauta o bullying, e também, situações ligadas ao preconceito e a necessidade de compreensão e respeito às diversas formas de diferenças. O projeto faz parte da disciplina projeto de intervenção e pesquisa do ensino médio/integral em empreendedorismo. Participam da iniciativa alunos do 1º ao 3º ano do Ensino Médio.

O projeto nasceu da reflexão sobre os assassinatos acontecidos na Escola Estadual Raul Brasil de Suzano quando dois ex-alunos entraram no local atirando. A dupla matou oito pessoas e depois se suicidou.

Um dos destaques do evento é a sala ambiente. Nela uma só sala é separada por um portal mostra as diferenças de dois ambientes: um hostil outro harmônico.  O espaço provoca percepções e reflexões, causando interação e entendimento. A ideia é provocar a partir da sensibilidade ideias sobre o preconceito através do bullying, noções sobre o preconceito racial, sexual, de classe, entre outros.

Presente no evento, a mãe de um aluno, Renata Lucas Pereira, destaca a importância da iniciativa. “O bullying está mais presente do que nunca. Eu sou uma mãe coruja e participo sempre das atividades da escola. Tenho um casal de filhos que estudam aqui, minha filha, quando estudava em outra escolha sofreu muito preconceito por estar acima do peso. Ela sofreu dos seis aos dez anos, teve depressão, repetiu um ano, não saia de casa. Com muita ajuda conseguimos reverter à situação. Hoje ela é uma menina muito feliz. Estou maravilhada com a sala ambiente. Ao entrar nela pude sentir na pele tudo o que ela passou”, relata a mãe.

A aluna do segundo ano, Thais Sabino, o trabalho serviu para praticar a empatia. “Nós nos colocamos no lugar do outro. É gratificante ver que estamos provocando essa sensação em quem está visitando a sala ambiente”, destaca.

Também do segundo ano, Luana Toledo, destaca a união entre os colegas. “Foi um grande trabalho em equipe, onde cada um colaborou um pouco e o resultado foi muito bom”, cita.

Para a professora de química, Claudeci da Silva, a violência está tão enraizada no cotidiano que caiu na normalidade. “Violência não é só agredir alguém. É o gestual, o jeito de falar, postura e ações. A sala ambiente proporciona a reflexão, é um convite a refletir sobre a mudança, é a competência de o olhar o que acontece com o outro pode acontecer conosco”, citou.

De acordo com uma das professoras organizadoras, Ana Paula Cunha Pereira, o corpo docente é o ator que impulsiona o aluno. “Nós temos a corresponsabilidade e a autonomia de incentivar nossos alunos. Nosso dever é potencializar o processo criativo desses alunos”, destaca.

 

 

1 comentário

  1. Uma pena eles não darem ênfase aos casos de bulying que terminaram em tentativa de suicídio na escola. Falo em nome da minha filha que foi aluna da escola matriculada no 7° ano no período da tarde. Em abril desse ano ela tentou suicídio por conta do bullying que vinha sofrendo dos colegas de sala. Quando procurei a orientadora pedagógica e a diretora adjunta tentaram me convencer que minha filha tinha mais problemas particulares que a afetavam do que o bullying, marcaram conosco uma reunião na qual não compareceram e o caso se quer foi levado por elas a diretora geral. Foi levado por mim que transferi a minha filha de escola. Hoje ela faz tratamento no CAPSI e está evoluindo mas tem a estima muito baixa pelo que sofreu. Não a aceitavam pelo fato de ser diferente, se vestir diferente e ser hiperativa já que é portadora de TDAH.

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