BARRA MANSA
Após uma série de reuniões e adaptações realizadas nas instituições de ensino, os alunos da Educação Infantil (Pré II), Ensino Fundamental I (anos iniciais), Ensino Fundamental II (anos iniciais), EJA (alfabetização e anos iniciais), das escolas municipais, voltaram às aulas em modelo híbrido nesta segunda-feira, 1º. De acordo com a Prefeitura de Barra Mansa, das 68 unidades escolares, com aproximadamente 18 mil alunos, apenas 18% optaram pelo novo modelo, mesmo assim o primeiro dia foi de baixo comparecimento. As aulas no estilo remoto também retornaram.
O retorno foi dividido em fases. As próximas iniciam nos dias 15 e 29 de março. Nesta primeira fase espera-se o retorno de 3.330 alunos. O número máximo de estudantes que retornarão será de 50%, o que representa aproximadamente nove mil.
Para que acontecesse o retorno de forma segura, foram realizadas adaptações em todos os colégios, desde a entrada, até a saída dos alunos. As unidades escolares realizaram reuniões com os pais para explicar como esse retorno seria realizado. Os responsáveis que optaram pelo modelo híbrido, precisaram assinar um termo de responsabilidade, disponibilizado pela Secretaria Municipal de Educação. As unidades de ensino público tiveram os seus horários operacionais modificados para atender questões de convívio e adaptação. Temporariamente funcionarão das 7 às 10 horas, das 13 às 16 horas e das 18 às 21 horas, ficando com uma hora a menos de aula, que será utilizada para que o professor se dedique ao ensino remoto e plantão de dúvidas.
Comparecimento foi abaixo do esperado – foto – Fábio Guimas
A volta às aulas não é obrigatória, ficando a cargo da família a decisão. Para aqueles que optarem por manter o ensino de forma remota serão disponibilizadas atividades impressas, que podem ser retiradas na unidade de ensino em que o aluno estuda. Caso o estudante apresente dificuldades, pode consultar o plantão de dúvidas.
O secretário de Educação, Marcus Vinicius Barros, falou sobre o primeiro dia do ano letivo. “Hoje retornamos com as aulas em toda a rede de ensino, de forma muito tranquila e segura. Nossas ações seguem rigorosamente o protocolo determinado pelo Comitê Municipal e estão validadas pelo Poder Judiciário. Estamos oferecendo diversos modos de aprendizagem, para que todos os alunos tenham as mesmas oportunidades, tanto aqueles que voltaram para as aulas presenciais, quanto os que preferem manter o ensino a distância”, disse.
As instituições de ensino estabeleceram horários reduzidos para a entrada e saída dos estudantes – foto – Fábio Guimas
Para fortalecer o aprendizado, foram oferecidas algumas ferramentas como o site www.barramansa.rj.gov.br/educacao, o canal do Youtube “Do Aprender ao Ensinar” e o Google Workspace For Education.
Além de todo o suporte pedagógico, a Secretaria de Educação iniciou um monitoramento diário, onde serão construídos os indicadores de adesão das famílias ao retorno às aulas, a fiscalização da saúde dos alunos, entre outras ações determinadas pelo protocolo estabelecido pelo Comitê Municipal. O planejamento para o retorno seguro e progressivo às aulas começou em março de 2020 e se solidificou em outubro com a constituição do comitê.
ABAIXO DO ESPERADO
Na parte da manhã o esperado nas escolas municipais era de 1.240 alunos, sendo que estiveram presentes apenas 728, ou seja, 58% do esperado. Em relação aos professores, esperava-se que 368 comparecessem, mas 311 estiveram presentes, ou seja, 85% do esperado. Mesmo com menos de 20% dos alunos optando pelo retorno, no primeiro dia de aula, o comparecimento foi abaixo do esperado. No Colégio Municipal Prefeito Marcello Drable, dos 75 alunos do 2º e 5º ano, apenas 25 optaram pelo retorno presencial, mas 17 compareceram no primeiro dia. Já no 9º ano, dos 95 estudantes, 12 retornariam no modelo híbrido, porém, apenas nove compareceram no primeiro dia.
Segundo a diretora do colégio, Alessandra Carvalho Naves, o motivo seria a insegurança. O colégio possui quase 800 alunos e, de acordo com ela, foram realizadas 28 reuniões. “Os pais comentaram que vão esperar a primeira semana, além de observar se os ônibus estão circulando e se estão vindo lotados. São 80% dos alunos usuários do transporte coletivo, então essa foi uma preocupação muito grande”, informou a diretora.
De 18 mil alunos, apenas 18% optaram pelo novo modelo- foto – Fábio Guimas
Em novembro as unidades receberam uma verba federal para realizar as adaptações das escolas seguindo as medidas de prevenção. A diretora comentou ainda que os alunos tiveram entradas separadas para evitar a aglomeração. “Os refeitórios também foram todos adaptados para recebê-los. São apenas dois alunos por mesa que ficam virados para o lado da parede para evitar a contaminação”, contou Alessandra.
OPNIÃO DOS RESPONSÁVEIS
Maiara Werneck é mãe de Mirelly, que está no 5º ano da Escola Municipal Prefeito Leonísio Sócrates Batista. De acordo com ela, o modelo híbrido foi necessário. “Sabemos que precisamos seguir as medidas de prevenção durante este período, mas não tem como a vida parar. Ela estava sentindo falta”, disse, acrescentando que são em torno de 25 alunos na sala de Mirelly e apenas dez optaram pelo retorno, além da turma estar dividida. Silvana Vidal de 59 anos é avó da Alicia do 1º ano do Ensino Fundamental e contou que a opção pelo retorno no estilo híbrido se deu pela dificuldade da neta de se adaptar ao meio remoto. “Ela ficou pronta uma hora antes. Estava sentindo muita falta, não queria fazer as atividades em casa. Acredito que a volta presencial vai ajudar na educação dela”, disse.
