VOLTA REDONDA
Estudantes da Rede Municipal de Ensino de Volta Redonda participaram na manhã desta quarta-feira, dia 23, da soltura de 10 mil alevinos, filhotes de peixe, no Rio Paraíba do Sul. Realizada no deck da Coordenadoria de Proteção e Defesa Civil (Compdec), na Ilha São João, a ação faz parte das atividades do Programa de Educação Ambiental (PEA).
Implantado em parceria entre a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), a Fundação CSN e a Prefeitura de Volta Redonda, por meio das secretarias de Meio Ambiente (SMMA) e de Educação (SME), o PEA prevê atividades de conscientização e educação ambiental nas escolas da rede municipal. “Fiquei muito animada para vir. Chegamos aqui e vimos que são 10 mil peixes, isso é muito legal. Acho que essa soltura é muito importante para o Rio Paraíba do Sul, para deixar ele melhor para o futuro. Fico feliz de poder ver que tem muitas pessoas que se preocupam com o meio ambiente e com a nossa cidade”, afirmou a jovem Ana Clara Rebouças de Oliveira, de 13 anos, aluna do 9º Ano do Ensino Fundamental do Colégio Getúlio Vargas. Ela esteve acompanhada de estudantes da Escola Municipal Wandir de Carvalho e do Centro Municipal de Educação Infantil (CMEI) Zilda Arns.
REPOVOAMENTO DAS ESPÉCIES DO RIO PARAÍBA DO SUL
Os alevinos de Lambari e de Curimbatá, nativos do Rio Paraíba do Sul, são oriundas de viveiros certificados do Sul do estado de Minas Gerais. De acordo com a coordenadora do Programa de Educação Ambiental, a bióloga Edna Andrade de Azevedo, o objetivo é o repovoamento das espécies do Rio Paraíba do Sul, importante para o ecossistema. “Essa ação complementa as demais. Foi feito um trabalho de sensibilização nas escolas, em relação à consciência ambiental, mostrando a importância da gestão dos recursos hídricos. Iniciamos com a limpeza de um dos afluentes do Rio Paraíba do Sul, e a gente complementa também com o próprio tratamento de água da CSN. A gente entende que o Rio agora está apto a receber essas espécies”, explicou Edna.
Com a presença de representantes das secretarias de Educação e de Meio Ambiente, da CSN e da Fundação CSN, toda atividade foi acompanhada por Ricardo Miranda, que é gestor do Refúgio da Vida Silvestre Estadual do Médio Paraíba (unidade de conservação do Inea – Instituto Estadual do Ambiente). Segundo ele, a soltura dos peixes tem relação com os objetivos da unidade de conservação, que foi criada com o propósito de proteger o rio e executar algumas ações que contribuam para recuperação dele. “Hoje, a espécie de Curimbatá é uma das que são alvos do Plano de Ação Nacional para Conservação das Espécies Aquáticas Ameaçadas de Extinção do Rio Paraíba do Sul. Está ameaçada e precisa ser reintroduzida. A gente sabe todo o histórico de degradação e ocupação do rio, mas a gente sabe também da importância e da riqueza que existe dentro do rio. E ações como essa só tendem a contribuir com o meio ambiente e com a unidade”, contou Ricardo.
GARANTIR A QUALIDADE DO RIO
A assessora técnica da SMMA e responsável pelo Licenciamento Ambiental no município, Gizely Gomes, explicou que a soltura dos peixes é uma forma de garantir a qualidade do Rio. “Essa foi uma das ações propostas e que abraçamos a causa. Se tiver peixe, a gente sabe que a qualidade da água está boa. É uma forma de trazer a vida para o Rio e garantir a qualidade da água”, explicou Gizely, acrescentando que esse projeto é para este ano e seguirá em 2023. “Teremos várias ações, inclusive as que comemoram as datas da área ambiental, como Dia do Meio Ambiente, Mata Atlântica, ou seja, todos esses eventos serão marcados por ações desenvolvidas em parceria com a Fundação CSN, além de outras ações que vão ser contínuas nas escolas”, completou Gizely.
COMEMORAÇÕES
Além da soltura dos alevinos, outras ações aconteceram durante a semana, em comemoração ao Dia Mundial da Água, celebrado em 22 de março. Na segunda-feira, dia 1, foi assinado o Termo de Cooperação para implantação do PEA e aberta a exposição “Captando o passado: a água e a CSN”, que está em cartaz na Biblioteca Municipal Raul de Leoni, na Vila Santa Cecília.
A mostra, com a curadoria do historiador Dr. Paulo Célio Soares, conta a história da água durante a construção da Usina Presidente Vargas e a importância de seu papel para a formação da cidade de Volta Redonda. Desde sua instalação, em 1940, a empresa dedicou especial atenção aos recursos hídricos, fundamentais para sua implantação no município. Para ilustrar este contexto, os fatos estão divididos em painéis com textos e fotos.
PALESTRAS E OFICINAS
Dentre as comemorações, também foram programadas palestras, oficinas com foco em esclarecer as responsabilidades dos cidadãos, do poder público e da iniciativa privada sobre preservação do meio ambiente e dos recursos hídricos.
Ainda na segunda-feira, dia 21, alunos da Escola Municipal Wandir de Carvalho, no bairro Belmonte, participaram de uma ação de educação ambiental. Cerca de 100 estudantes do 9º ano do Ensino Fundamental assistiram à palestra sobre a importância da água, que lembrou o Dia Mundial da Água. O grupo também participou de uma oficina de confecção de placas educativas com dizeres como: “O mar começa aqui”, “É desta água que você bebe” e “Rio não é lixeira”.
