AGULHAS NEGRAS
A Petrobras elevará os preços da gasolina em 1,4% nas refinarias a partir desta sexta-feira, dia 31, para R$ 2,1375 o litro, o que representa valor máximo dentro da era de reajustes diários iniciada há mais de um ano, conforme informações no site da empresa. O valor do diesel segue mantido em R$ 2,0316, praticado desde o mês de junho devido à subvenção oferecida pelo governo federal após a paralisação dos caminhoneiros e a redução de R$ 0,07. A justificativa seria a variação do mercado internacional do petróleo e alta do dólar.
Segundo a Petrobrás, o reajuste de 1,40% da gasolina é destinado às refinarias somente, não representando diretamente mudança de preço pelos postos nas bombas de abastecimento ao consumidor. Segundo a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) o reajuste que faz parte da política de preços da empresa mediante o cenário do petróleo e o dólar mundial, não deve ter reflexo direto nas bombas. Cabe a cada dona de posto repassar ou ano ao consumidor os valores. Mas, entre os consumidores persiste o receio, afinal a gasolina segue com valores oscilantes pela alta do dólar. Para a definição do preço da gasolina oferecido às distribuidoras, a Petrobras avalia os preços do petróleo no mercado internacional e a cotação do real em relação ao dólar. Nesta quinta-feira, 30, a moeda norte-americana chegou a R$ 4,62.

A Petrobrás regula seus preços conforme o mercado internacional do petróleo – Reprodução
Segundo as principais consultorias econômicas, os preços internacionais da gasolina perante a moeda brasileira estão em torno de 10% mais altos neste mês. Em campo e atento aos noticiários da economia global, os motoristas desembolsam valores distintos para utilizar os veículos diariamente. Nas cidades das Agulhas Negras o litro da gasolina comum é comercializado com valores entre R$ 3,99 e R$ 5,99. Em média o valor fica na faixa de R$ 4,79/l. “Com esse novo reajuste nas refinarias espero que os empresários não repasse ao consumidor. Esta cada vez mais difícil manter o tanque cheio”, reclama o microempreendedor José Valdeci da Silva, de Resende. Mensalmente, ele gasta R$ 450 com combustível. “A cada reajuste, a cada informação sobre o dólar já sofro porque sei que a qualquer momento a gasolina pode subir. No Brasil, a economia já sofre pelo reflexo do cenário político e ainda agora com essa alta de dólar a coisa tá feia”, brinca.
A reportagem tentou ouvir os proprietários de postos ou gerentes sobre a política de preços dos combustíveis. Mas, temendo o que julgam divulgação negativa por falar de elevação de suas mercadorias, não aceitaram conceder entrevista oficialmente. Em conversa informal, garantem que o consumidor não tem o que temer, pois reajustes não devem ocorrer. “Essa polemica de preços vem desde a greve dos caminhoneiros. Se dá entrevista expondo a situação do empresário e a taxa de juros, o consumidor julga, critica, enfim. Não teremos repasse algum no momento e digo que se o dólar mexe com a gasolina, favorece o etanol. As pessoas deveriam optar em outras alternativas de abastecimento”, opinou um gerente de estabelecimento em Itatiaia.
ETANOL SOFRE QUEDA
E de fato a informação sobre o etanol procede, os valores em Resende, a principal cidade da região girava em torno de R$ 3,25 no início do mês e pode ser encontrado a partir de R$ 2,990. A queda de valor nas bombas é provocada pela baixa do preço do etanol anidro em torno de 0,94% e investimentos em exportações de açúcar e etanol. Na média brasileira o preço do etanol pesquisado pela ANP acumulou queda de 5,55% na última semana.