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‘Alívio de poder estar no meu país, que não tem guerra’, diz jogador volta-redondense que estava na Ucrânia; veja vídeo

Por Carol Macedo
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VOLTA REDONDA

“Alívio de poder estar no meu país, que não tem guerra. Na Ucrânia vivemos momentos terríveis. Foi assustador”. Essa frase é do jogador de futebol Luan Martins, de 24 anos, que chegou nesta sexta-feira, 4, em Volta Redonda, sua cidade natal. Ele estava na Ucrânia há seis meses jogando pelo Volchansk, quando foi surpreendido com a guerra iniciada pela Rússia. Desde a madrugada do dia 24 de fevereiro os dias foram tensos, se escondendo no bunker (local que protege do ataque de bombas), 40 horas de viagem para conseguir sair do país e chegar a Eslováquia em segurança. O retorno do grupo de cinco brasileiros foi graças a uma doação anônima.

Luan foi recebido no aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, por sua esposa. Chegando em Volta Redonda, por volta das 11 horas, foi a casa de seus pais, onde se encontrou com o irmão e avó. Em entrevista ao A VOZ DA CIDADE, passados todos esses dias tensos, contou que estava muito cansado e aliviado.

Ainda sem saber como será seu futuro profissional, Luan disse sobre a possibilidade do contrato com o time da Ucrânia ser reincidido dando a possibilidade dos jogadores assinarem com outros clubes. “Foi uma reportagem que me mandaram. Ainda não sei, mas seria bom porque não sabemos como será daqui para frente no país”, afirmou Luan que antes de ir para a Ucrânia jogou profissionalmente no Volta Redonda por dois anos e um curto período no América, quando foi contratado pelo time internacional.


Na Ucrânia, o jogador contou que estava se destacando no time. Meia atacante fez gol da vitória em um dos jogos. Participou de oito, pois teve uma pequena lesão quando chegou no clube e ficou fora de seis partidas. “Meu começo lá depois da lesão foi muito bom, já estava com uma certa moral no clube. Já estavam me passando a braçadeira quando o capitão deixava o campo”, lembrou.

Mesmo estando em outro país Luan não perdeu a preocupação com os companheiros do time da Ucrânia. “Todo dia falo com um deles. Está bem complicada a situação. Só Deus para ajudar”, disse, completando que nenhum jogador do seu time está lutando na guerra. Um dos jogadores que morreram – Vitalii Sapylo, 21 anos, morreu em combate enquanto servia o exército ucraniano. Luan contou que ele jogava no mesmo campeonato que ele.

DOAÇÃO ANÔNIMA

O retorno de Luan e de outros quatro jogadores para o Brasil foi graças a uma doação anônima. Luan Martins contou em outra entrevista ao jornal que aguardava um avião buscar os brasileiros que estariam na Eslováquia e na Polônia, por intermédio da Embaixada Brasileira, mas não foi assim que aconteceu. “Estávamos na casa do João que nos acolheu junto com sua esposa Gisele quando o telefone tocou e passaram a informação para ele de que ganharíamos a passagens para voltar ao Brasil. Ainda não sabemos quem foi. Agradecemos, pois ficamos muito felizes. Ainda mais que foi no dia que completei 24 anos”, concluiu.

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