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Alimentos industrializados, sedentarismo, estresse e pandemia contribuem para o aumento de peso

Por Carol Macedo
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SUL FLUMINENSE


De acordo com a PNS (Pesquisa Nacional de Saúde), pesquisa do IBGE feita em conjunto com o Ministério da Saúde, 96 milhões de pessoas, ou seja, 60,3% da população adulta do Brasil apresenta um índice de massa corpórea (IMC) maior que 25 kg/m², sendo classificadas com excesso de peso. 62,6% das mulheres estão com sobrepeso e 57,5% dos homens, e desde 2002 as prevalências de excesso de peso para adultos com mais de 20 anos têm aumentado em ambos os sexos. Com a pandemia o cenário tende a piorar.
A professora do curso de Nutrição da Estácio, Viviane Lacerda, observa que a alteração do perfil nutricional está diretamente ligada ao contexto histórico. “No Brasil, a urbanização, o aumento da tecnologia, a industrialização e a globalização contribuíram para alterações nos padrões de vida relacionados à saúde. Atualmente, com o excesso de afazeres, muitas vezes não há tempo para cozinhar, dando prioridade a alimentos industrializados, que são de alto teor calórico e pouco nutritivos”, pontua a nutricionista.
Segundo Viviane Lacerda, além de uma dieta pobre em vitaminas e fibras, o sedentarismo agrava o quadro e resulta não apenas na falta exercícios físicos, como andar a pé e subir escadas. “Há outros fatores secundários e relevantes que exacerbam esse processo, como muitas horas na frente das telas (celular, computador, televisão), sono irregular e níveis altos de estresse”, esclarece.
Para manter uma alimentação equilibrada, mesmo que seja pelo delivery, a nutricionista recomenda buscar, previamente, restaurantes que priorizem um cardápio mais saudável. “Quando estamos com fome, tendemos a querer alimentos com alto teor de sabor, que geralmente são calóricos e pouco nutritivos. Por isso, vale a pena fazer uma seleção prévia de locais que forneçam alimentação nutritiva. Ao fazer pedidos em aplicativos de delivery, ou em sites de buscas, filtre esse tipo de restaurante para fazer uma refeição saborosa e saudável, sem ficar tentado a pedir aquele big lanche. Importante reforçar que tudo é uma questão de equilíbrio. Por isso, não há problemas em pedir pizza e hambúrguer, desde que não seja rotineiro”, pondera.
Já para quem deseja colocar a mão na massa e cozinhar sua própria refeição, aproveitando o período maior em casa devido à pandemia, a profissional indica alguns itens básicos que devem estar sempre na geladeira ou despensa e aqueles que devem ser evitados. “Priorize alimentos minimamente processados, ou seja, aqueles que não são fabricados na indústria, como arroz, feijão, carne, ovos, legumes, frutas, verduras e queijos. Às vezes, as pessoas acham que precisam comprar o pão ou biscoito mais caros da prateleira, ou aquela barra de cereais 7 grãos, o shake de caixinha, quando na verdade a maioria desses alimentos contêm ingredientes prejudiciais à saúde. Logo, quanto mais natural forem as escolhas, melhor. Para isso, é preciso ter apenas criatividade e mente aberta. Por exemplo, o café da manhã pode ser uma panqueca de banana com aveia ou uma espiga de milho acompanhada de um cafezinho”, cita Viviane Lacerda.
Aliás, a nutricionista frisa que o momento das compras no supermercado deve ser usado a favor da saúde. O consumidor deve se ater à relação de ingredientes presentes nos rótulos para entender o quão saudável, ou não, é aquele produto. “A relação é apresentada na ordem decrescente: do ingrediente de maior volume para o menor. Quanto mais aditivos, conservantes e corantes o alimento tiver, pior será para a saúde. Observe também quantas vezes o açúcar aparece – ele pode vir na forma de açúcar invertido, xaropes e glucose – e a presença de gordura vegetal. O ideal é consumir alimentos com baixa quantidade de açúcar e gorduras de melhor qualidade, como é o caso de óleos vegetais. Para ilustrar, em uma fruta podemos encontrar as mesmas caraterísticas nutricionais (calorias, carboidrato e lipídio) presentes em um biscoito recheado, então trata-se de fazer escolhas inteligentes”, declara.
Algo que pode atrapalhar nessas escolhas inteligentes são os mitos propagados, como o do glúten, conforme descreve Viviane Lacerda: “Não há comprovação científica de que o glúten engorda. O que geralmente acontece é que ao retirar o glúten, a alimentação pode ficar mais à base de alimentos naturais e mais hipocalórica, por substituir o famoso pão por tubérculos, grãos e cereais (batatas, mandioca, inhame, milho, grão de bico), levando ao emagrecimento. Por outro lado, alguns estudos indicam que o glúten pode estimular reações inflamatórias intestinais, o que deve ser avaliado caso a caso. Outra crença é tornar certas dietas da moda como uma referência/solução para todos, porém a individualização é essencial no processo de emagrecimento. Dietas restritivas, sem lactose, low carb, jejum intermitente, dieta da primavera, dieta sem gordura, entre outras, podem até ser eficazes, desde que sejam empregadas individualmente e muito bem monitoradas por um especialista”.
O desafio da balança na pandemia
Um dos desafios da pandemia é manter uma relação saudável com a comida e, consequentemente, não perder o controle do peso. “Percebeu que está acima do peso, o primeiro passo é se conscientizar de que é preciso mudar, e que será um processo gradual que irá impactar positivamente na saúde. Tendo isso claro em mente, procure profissionais da saúde, como nutricionista, profissional de educação física e psicólogo – dependendo da situação – que são fundamentais para o sucesso da perda e estabilização de peso. Afinal, não se trata de algo passageiro, e sim de uma prática que deve ser consistente e duradoura”, adianta.
Mas se o dinheiro está curto para investir em especialistas, a nutricionista Viviane Lacerda orienta sobre práticas simples em casa que podem ajudar. “Comece fazendo a sua comida. Substitua os alimentos industrializados por aqueles que podem ser feitos em casa, como um bolo que é mais saudável do que a versão de pacotinho. Busque fazer receitas com ingredientes do dia a dia (frutas, legumes, feijão, aveia, leite, ovos, carnes), o que já será um grande passo”, indica.
Curso de Nutrição na Estácio
Na região Sul Fluminense, a Estácio oferece a graduação em Nutrição nas unidades de Resende e Volta Redonda. O curso tem duração de 4 anos.
As inscrições para o curso de Nutrição da Estácio estão abertas e podem ser feitas no site www.estacio.br . Informações podem ser obtidas pelos telefones (24) 99316-7505 (Estácio Resende) e (24) 99321-3131 (Estácio Volta Redonda).

 

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