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Alimentos e combustíveis elevam a inflação em novembro

Por Idel Pinheiro
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SUL FLUMINENSE

O senso crítico do consumidor não falha e muito do que se percebe na rotina diária de compras em supermercados e abastecimento de veículos tem como reflexo a alta no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Segundo dados divulgados nesta terça-feira, dia 8, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o país registrou no mês de novembro o IPCA de 0,89%, superando a marca de outubro (0,86%) com acumulado no ano em 3,13%.

Segundo o IBGE, a elevação foi provocada pela alta nos preços dos itens de alimentação, bebidas e combustíveis. Esse é o maior resultado para um mês de novembro desde 2015, quando o indicador foi de 1,01%.“O cenário é parecido com o que temos visto nos últimos meses, em que o grupo de alimentos e bebidas continua impactando bastante o resultado. Dentro desse grupo, os componentes que mais têm pressionado são as carnes, que nesse mês tiveram uma alta de mais de 6%, a batata-inglesa, que subiu quase 30% e o tomate, com alta de 18,45%”, explica o gerente da pesquisa, Pedro Kislanov.

Além desses alimentos, outros produtos importantes na cesta das famílias também tiveram alta, como o arroz (6,28%) e o óleo de soja (9,24%). Com isso, o grupo de alimentos e bebidas variou 2,54%. Outras variações positivas foram da cerveja (1,33%) e do refrigerante e água mineral (1,05%) consumidos fora do domicílio, que tiveram queda em outubro. Nas cidades da região, a inflação é a grande vilã do orçamento no momento de organizar a dispensa. “A cada ida ao supermercado é possível comprovar como tudo está subindo de preço. O arroz e o óleo são os mais caros. Paguei R$ 28 num pacote de 5 quilos de arroz tipo 1, antes pagava R$ 12,90. Não adianta falar de clima, de pandemia, de alta de dólar. Pra mim é um oportunismo típico do Brasil, onde sempre nos momentos de crise o povo paga pelos erros da economia”, criticou a dona de casa Cristine Carvalho, 43, moradora de Resende. Em Barra Mansa, o produto chega a custar quase R$ 35, demonstrando alta variação de preços.

O arroz é um dos produtos que encarecem as compras da cesta de alimentos no país – Fábio Guimas

Nos supermercados não é difícil encontrar clientes insatisfeitos, principalmente com o que consideram um aumento abusivo. “Tudo sobre um pouco, a cada semana: carne, arroz, óleo, frutas, hortifrúti. Os alimentos encareceram muito nos últimos quatro, cinco meses. Com o Natal chegando, acho que vão reajustar ainda mais porque todo ano sobe, principalmente as carnes. Pra mim, que faço compras de carro, o gasto é duplo, porque a gasolina também subiu nos últimos meses”, comenta a professora Marlene Duarte, 39, moradora de Porto Real.

TRANSPORTES


Citando a gasolina, o IBGE indica que o grupo de transportes, que teve alta de 1,33%, foi a segunda maior influência no IPCA de novembro. A inflação do grupo foi causada pelo aumento no preço da gasolina (1,64%). “É a sexta alta consecutiva da gasolina e, além disso, tivemos a alta de 9,23% do etanol e de outros componentes que têm bastante peso dentro dos transportes, como é o caso dos automóveis tanto novos quanto usados”, diz o pesquisador Kislanov. No Sul Fluminense o preço da gasolina comum oscila na média de R$ 4,89 o litro. “É muito caro, mesmo usando veículo flex. O etanol também subiu e pago R$ 3,39 o litro, sendo que antes era bem mais rentável. Comer e andar de carro ficou mais caro na pandemia, me faz rever projetos de férias em janeiro”, comenta o industriário, Samuel Gonçalves, 32, de Volta Redonda. Juntos, os grupos de alimentos e bebidas e transportes representaram 89% da alta do IPCA de novembro.

A alta nos combustíveis foi puxada pelo preço da gasolina com variação de 1,64% – Fábio Guimas

INPC VARIA 0,95% EM NOVEMBRO

O IBGE também divulgou hoje o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) de novembro com alta de 0,95%, acima da taxa de outubro, quando havia registrado 0,89%. Esse é o maior resultado para um mês de novembro desde 2015, quando o índice foi de 1,11%.

Os produtos alimentícios subiram 2,65% em novembro enquanto, no mês anterior, haviam registrado 2,11%. Já os não alimentícios cresceram 0,42%, após registrarem 0,52% em outubro. Todas as áreas pesquisadas tiveram inflação em novembro. No ano, o INPC acumula alta de 3,93% e, nos últimos 12 meses, de 5,2%, acima dos 4,77% registrados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em novembro de 2019, a taxa foi de 0,54%.

O cálculo do INPC se refere às famílias com rendimento monetário de um a cinco salários mínimos, sendo o chefe assalariado, e abrange dez regiões metropolitanas do país. Já o IPCA abrange famílias que ganham até 40 salários mínimos, independentemente da fonte.

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