Conscientizar motoristas sobre os perigos do álcool na direção. Essa é a missão do grupo formado por 28 cadeirantes vítimas de acidentes de trânsito, que atua na Operação Lei Seca, no Estado do Rio de Janeiro. No mês da campanha Maio Amarelo, que enfatiza o trânsito seguro, os agentes intensificaram as blitzes educativas e palestras em escolas, universidades e empresas.
A agente Fernanda Carlos da Silva, que completou 14 anos de cadeirante no Dia das Mães, integra a equipe. Ela tinha 24 anos e viu sua vida mudar, quando após a comemoração do Dia das Mães do ano de 2004, pegou carona com seu primo, que tinha ingerido bebida alcoólica. Ela teve três costelas fraturadas e uma delas, além de perfurar o pulmão, causou a lesão na coluna. Também resistiu a três paradas cardíacas. Ao acordar do coma, Fernanda já não sentia mais as pernas e sabia que sua história mudara. “Minha família diz que eu surpreendi a todos com a minha força e otimismo. Mas foi difícil no início. Meu namorado na época foi me visitar duas vezes e nunca mais voltou. A partir daí, consegui superar a fase crítica e fui em frente”, lembrou a agente.
Após os primeiros meses, Fernanda escolheu viver, superar seus medos e criar sua filha da melhor maneira. Hoje, com 38 anos, é exemplo de vida para muitas pessoas. “Minha missão é mostrar para as pessoas que não existe o impossível, que somos o que queremos ser e temos sempre que nos dedicar e fazer o nosso melhor por nossos familiares e por nós mesmos”, destacou Fernanda.
Lei Seca
Segundo levantamento recente do Centro de Pesquisa e Economia da Escola Nacional de Seguro, a Lei Seca ajudou a salvar 40 mil vidas em todo o Brasil.
Os especialistas fizeram uma projeção levando em conta a quantidade de carros, população economicamente ativa, os acidentes e as duas fases da Lei Seca (antes e depois de ser tolerância zero).
Em vigor no Rio de Janeiro desde 19 de março de 2009, a Operação Lei Seca abordou mais 2,8 milhões de motoristas em todo o estado e autuou mais de 185 mil condutores com sinais de embriaguez.
