BARRA MANSA
Agentes da 90ª Delegacia de Polícia de Barra Mansa desencadearam na madrugada de hoje, por volta das 5 horas, a Operação Horse, que cumpriu 122 mandados de buscas e apreensão em municípios da região, em combate a grupos de facções criminosas. O nome se deu a espécie de ‘selo de qualidade’ usado pelos grupos, onde aparecia um cavalo como marca, e a droga era conhecida por ser, entre os traficantes e usuários, pura. Segundo informações do delegado titular, Ronaldo Aparecido de Brito, o trabalho contou com o apoio de 250 agentes, sendo presos no dia de hoje 56 pessoas ( sendo três em flagrante). No total, foram 72 mandados de prisão e deste número, 35 já estavam presos. Ao longo dos 14 meses de investigação, 12 pessoas foram executadas durante brigas de facções.
Segundo Ronaldo Aparecido, no total foram 72 mandados de prisão (sendo que 35 já estavam presos); ao longo dos 14 meses de investigação, 12 pessoas foram executadas durante brigas de facções
“Tiramos das ruas criminosos de alta periculosidade, que colocavam em risco a vida da população. Contudo, é necessário pedir mais rigor nos presídios, já que muitos deles continuam comandando suas facções mesmo estando encarcerados”, atacou o policial, dizendo que se deve chamar atenção ao fato do tráfico continuar tendo acesso à comunicação nas cadeias; fácil acesso à entrada de aparelhos celulares mesmo em cárcere; e sinal e rede para efetuação de ligações.
A operação contou com o apoio de policiais da região e de todo o estado do Rio de Janeiro, da Coordenadoria de Inteligência (CSI) do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro e do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (GAECO). Toda a imprensa local acompanhou o trabalho da Polícia Civil no QG (Quartel General) montado pelos responsáveis da operação no Parque da Cidade Natanael Geremias, no Centro. Durante toda a manhã, os policias entraram e saíram por diversas vezes indo e voltando de diligências ocorridas não só em Barra Mansa, mas também em Volta Redonda, Pinheiral e Valença.
A polícia explicou que essas quadrilhas possuíam estrutura sólida, dividida em núcleos. Só em Barra Mansa 10 bairros eram dominados pelos grupos: Ano Bom, São Luiz, Delgado, Loteamento, Jardim América, Eduardo Junqueira, Nova Independência, Jardim América, Monte Cristo, Vila Brígida e Goiabal; e em Volta Redonda os bairros Candelária, Vila Rica, Três Poços e Belo Horizonte.
COLETIVA
Por volta do meio dia, a polícia realizou uma coletiva de imprensa sob o comando do delegado Ronaldo Aparecido, dos promotores do Gaeco, Natalia Cortes e Gustavo Nacarati, e do representante do PM, Francisco Lopes. Na ocasião, eles apresentaram o material apreendido durante as diligências, entre eles farto material para endolação (milhares de pinos vazios para comportar cocaína, fitas adesivas e papel filme); cerca de um quilo de substância para misturar na cocaína, 15 aparelhos celulares (todos eles bloqueados e com senhas), roupas camufladas, 27 munições de 9mm, uma pistola 9mm Taurus, vários cadernos de anotações do tráfico, dois aparelhos notebook e duas carteiras oficiais falsas (sendo uma da Polícia Militar e outra de Promotor de Justiça).
A Polícia Civil, até o fechamento desta edição, ainda não havia confirmado o nome de todos os presos, mas citou o de alguns durante a coletiva. Ronaldo explicou que um homem, identificado como ‘Talibã’, foi preso no bairro Roma, em Volta Redonda. “Ele é o cabeça do tráfico no local e quando chegamos, cerca de 12 homens conseguiram escapar com parte do material, tendo certa facilidade por se tratar de uma área ampla. Porém, Talibã, que era um dos principais alvos da operação foi capturado”, explicou o delegado.
Ronaldo também citou a prisão de Marcos Moreira, líder do tráfico no Boa Sorte. “Ele é um nome bem conhecido entre as lideranças do tráfico em Barra Mansa e seu filho, Walace, foi assassinado recentemente. Ele era conhecido como ‘Lalá’ e seu corpo foi encontrado às margens do rio Paraíba do Sul”, explicou o delegado, dizendo que entre os presos, uma mulher, grávida, também foi detida. “Ela vem de uma família de traficantes do Loteamento, aqui de Barra Mansa, mas os demais parentes não foram localizados”, contou o delegado, que não soube dizer de quantos meses estava a mulher. “Ainda tem um que queremos pegar e pedimos a ajuda da população em denunciar, que é o Dailson, chefe do tráfico do Vila Delgado. Ele também está com prisão decretada e se encontra foragido da Justiça”, completou.
Os promotores contaram que foi descoberto que no primeiro núcleo, Jean de Souza, o ‘Paulista’, era o principal fornecedor de drogas da região Sul Fluminense, sendo ele que pegava a droga em São Paulo, com o Primeiro Comando da Capital (PCC) e levava para o Rio. No segundo núcleo, atuava Fabiano da Silva Melo, o ‘Mineirinho’, que fornecia as drogas para Barra Mansa; e no último, estão os responsáveis pelo tráfico de Barra Mansa e Volta Redonda, entre eles o Kelvinton Idalino, o ‘Kekel’, Regis Nunes, o ‘Arroz’, Moises Rocha, o ‘Boi’, Adriano Sebastião, o ‘Japa’, e Luis Silva, o ‘Gianecchini’.
Na ocasião, os promotores também elogiaram o trabalho que vem sendo realizado há anos na 90ª DP, sob a coordenação do Dr. Ronaldo Aparecido. “Não é atua que a delegacia tem ganhado tantos prêmios e sendo muito elogiada. Vimos o quanto os agentes abdicaram de suas vidas para acompanhar essas quadrilhas dia e noite”, disse Gustavo Nacarati, destacando que durante as investigações, ainda elucidaram três homicídio (não citando quais).
A Operação Horse foi um desmembramento da Operação Adren, que resultou na condenação de vários criminosos de São Paulo, Minas e do Rio de Janeiro.
1 Comentário
Parabéns jornal A Voz da cidade! De todos os outros jornais locais
A informacao dada pelo Voz foi a mais bem detalhada e conta tbm com fotos de alguns presos !! Parabéns pela policia civil que Deus abençoe