Afro Saberes reúne crianças para atividades sobre a cultura negra

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BARRA MANSA

Cerca de 30 crianças da Escola Municipal Nono Reis, do bairro São Judas Tadeu, participaram na manhã de ontem do projeto Afro Saberes, promovido pela prefeitura por meio da Secretaria de Cultura e da Fundação de Cultura de Barra Mansa. O encontro aconteceu no Parque Centenário, o Jardim da Preguiça, no Centro da cidade, e contou com apresentações de teatro, contação de histórias, turbantes e músicas.

Segundo a contadora de história, professora Maria Neide Andrade, o objetivo do projeto, que teve início este ano, é levar a cultura africana para as pessoas; suas histórias e valores. “Queremos hoje aqui mostrar para as crianças um pouco da raiz do negro, suas origens e histórias. Queremos empoderar e valorizá-lo”, contou Neide. “É uma maneira divertida de mostrar o passado. Um momento de aprendizado não só para eles, mas para todos que estão envolvidos no projeto, que acontece aqui no mesmo lugar a cada 15 dias e em outros lugares da cidade, em evento promovidos pela prefeitura”, completou.

A aluna do 3° ano, Lília Helena, de nove anos, conta que participou pela primeira vez do Afro Saberes. Ela se disse maravilhada com tudo que aprendeu e confessa que irá levar muito do que aprendeu para a vida. “Eu aprendi aqui hoje que não importa o que as pessoas pensam e falam de você, da cor da sua pele ou do jeito do seu cabelo. No final das contas todo mundo é igual e deve se respeitar independente de qualquer coisa”, disse a estudante.

A professora Valéria da Silva Lima, especialista em contação de história, diz que muito ainda precisa ser feito para levar o conhecimento da cultura africana para a rede de ensino, mas que o pontapé inicial já foi tomado e todos estão empenhados em levar o ensinamento. “Existe muita coisa para ensinar e infelizmente o preconceito ainda é muito grande. Contudo estamos preparados para o desafio”, garantiu.

Alessandra Sudré, coordenadora de formação cultura, explica que a ideia também tem como proposta sobrepor a prática da teoria. “Em um ambiente como esse aqui como o Jardim da Preguiça, em meio ao meio ambiente e os animais, suas plantas, aprender de forma descontraída se torna muito mais gostoso. É muito mais fácil absorver informação de forma descontraída do que, muitas vezes, sobre teorias e mais teorias”, defendeu Alessandra.

O superintendente de Cultura, Marcelo Bravo, é o maior incentivador do projeto. Ele acompanhou de perto todas as atividades realizadas no Parque Centenário e avisa que muita coisa ainda vem pela frente. “Temos vários projetos relacionados para levar cultura à população. Não só às crianças, mas de forma em geral tem muita coisa boa programada até o fim do ano”, garantiu.

Uma das participantes mais queridas entre as crianças durante as atividades do Afro Saberes foram as ‘Bonegritas’, bonecas negras confeccionadas pela artista Karine Priscila, conhecida como ‘Negrita’, que é o nome de sua linha de confecção.

Karine fez várias apresentações musicais e contou várias histórias para as crianças. Ela concluiu dizendo que a mudança vem da educação. “Estamos aqui hoje diante do futuro. Trazemos histórias do passado, a cultura, mas para valorizar o presente e o que essas crianças vão ser daqui pra frente”, finalizou a contadora de história.

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