Ação da fiscalização contra vendedor de balas comove estudantes

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VOLTA REDONDA

Uma ação da fiscalização da prefeitura, no último dia 22, contra o autônomo Levi Dionísio de Souza, de 57 anos, comoveu muita gente que o conhece, principalmente os alunos do Colégio Macedo Soares. É que, depois de uma reclamação da diretora do Colégio Macedo Soares, Virginia Nardele, além de ter ficado sem as mercadorias para trabalhar, se quiser obter todo o material de volta terá que desembolsar R$ 350. O vendedor de balas disse que, há 29 anos trabalha no entorno da escola e garante que tudo isso poderia ter sido evitado.

O ambulante declarou ao A VOZ  DA  CIDADE que, depois de tantos anos de trabalho nas proximidades do Colégio Macedo Soares, bairro Vila Santa Cecília, foi informado que sua presença incomoda. Explicou que, no último dia 22 estava em mais um dia de trabalho quando surpreendido por um fiscal acompanhado de guardas municipais. Foi alegado que, ele não poderia permanecer na entrada administrativa da escola. Informou ainda que, antes disso já havia sido abordado por um homem que se diz fiscal da prefeitura, mais de três vezes.

De acordo com o autônomo, depois do que aconteceu no entorno do Colégio Macedo Soares, localizado no bairro Vila Santa Cecília, muitas pessoas estão o procurando e oferecendo ajuda para que ele continue exercendo sua função de vendedor ambulante. Ressaltou ainda que, na verdade, o material doado voluntariamente pelos alunos do colégio é suficiente para que ele dê reinício às suas atividades. Disse que está procurando cumprir a ordem da Legislação Municipal, que exige que ele se mantenha mais ou menos 50 metros de distância do portão colégio. Garantiu ainda que, a partir daí não está mais na entrada administrativa da escola, como estava antes.

De acordo com Levi, todo esse transtorno poderia ter sido evitado caso a diretora do colégio, Virginia Nardele, tivesse comunicado a ele, através de seus funcionários que estava em local inadequado. Contou que ficou sabendo de quem foi a denúncia quando foi convidado a ir à Câmara de Vereadores, na semana passada, onde foi lido um documento no qual a diretora faz um pedido a prefeitura. Destacou que, na administração passada mandou vários documentos solicitando uma ação enérgica contra os camelôs que trabalham no entorno do colégio, porém nunca agiu atendendo a seus pedidos. Ainda de acordo com o documento recebido pela fiscalização da Prefeitura de Volta Redonda, as queixas foram feitas, mas nunca cumpriu. Declarou esperar que agora o Poder Público cumpra com o seu papel.

O vendedor agradeceu a todos que ficaram sensibilizados com a sua situação. “Obrigado aos alunos e seus pais, mais uma vez. Agradeço a atitude dos alunos do Colégio Macedo Soares que me presentearam com mercadorias para eu voltar a trabalhar. Agradeço com o coração alegre e certo de que minha responsabilidade vai aumentar, e muito, em relação à maneira que devo tratar os alunos, seus pais ou responsáveis. Vida de ambulante não é fácil, como os prefeitos imaginam que é. Acordo 4h45min. Vou até o colégio com prazer e alegria. Às vezes debaixo de chuva. Os prefeitos deveriam pensar em primeiro lugar, eu acho que um ambulante a mais é um ladrão a menos. A ordem urbana deve ser respeitada, sempre pensei assim, mas pensem, senhores prefeitos, que todos nós um dia prestaremos contas a Deus. Parem de “achar”que ambulante é “lixo humano” e continuem pensando nas necessidades de todos”, desabafou.

Por ter sido citada como a denunciante, a diretora do Colégio Macedo Soares foi procurada para falar sobre o assunto, mas não foi localizada. O mesmo aconteceu com a Prefeitura que não respondeu.

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