ITATIAIA
A Polícia Civil da 99ª Delegacia de Polícia (DP) confirmou nesta manhã de quarta-feira, dia 10, ao A VOZ DA CIDADE, que os criminosos suspeitos de terem participado do tiroteio que terminou com a morte do primeiro-sargento da Polícia Militar, Alexandre Rodrigues de Almeida, de 43 anos, no final da tarde de segunda-feira, dia 8, disseram em depoimentos que eles confundiram os agentes com criminosos de facções rivais. Conforme divulgado na noite de ontem pelo A VOZ DA CIDADE, uma ação conjunta das polícias Militar e Civil realizada na terça-feira, dia 9, resultou na prisão de um homem, de 30 anos, e na apreensão de dois adolescentes, de 14 e 16 anos.
O tiroteio aconteceu na de mata atrás do Posto de Controle Interestadual de Nhangapi (Barreira Fiscal), na Rodovia Presidente Dutra, na altura do bairro Vila Flórida, em Itatiaia. Na troca de tiros, um bandido, de 41 anos, que residia em Resende e possuía duas anotações por furto, sete por roubo e seis por homicídio, foi morto.
O comando do 37º Batalhão de Polícia Militar (BPM) iniciou a Operação Presença em Itatiaia, para coibir o tráfico de drogas no município e ajudar na apuração de dados para a investigação da morte do sargento Almeida. A ação tem o apoio do 5º Comando de Policiamento de Área (CPA). Participaram da ação policiais militares do Batalhão de Resende, viaturas, incluindo um veículo blindado, mais conhecido como “caveirão” do Grupamento de Veículo Blindado de Transporte de Tropa e o Batalhão de Ações com Cães (BAC), além de policiais da 99ª Delegacia de Polícia (DP), coordenados pelo delegado Vicente Maximiliano.
Os suspeitos foram encaminhados para a Delegacia de Itatiaia. Segundo a Polícia Civil, em depoimento, os adolescentes confessaram que teriam participado do tiroteio. “Eles contaram que levaram comida e um par de botas para o homem que foi morto do confronto. Ele estava escondido no matagal. Quando retornavam, avistaram os policiais, mas por estarem de roupas comuns, pensaram que seriam integrantes de facções rivais invadindo a área e desferiram tiros. Eles correram e contaram para integrantes da facção”, contou um policial. Em seguida, os adolescentes e mais dois homens voltaram para a área de mata e junto com o suspeito morto iniciou outro confronto. “Um novo tiroteio foi iniciado e os policiais pediram reforços. No confronto, o sargento Almeida foi baleado na cabeça. E um dos criminosos também acabou sendo atingido e morto no tiroteio. Já o restante do bando conseguiu fugir”, complementou.
O delegado Vicente Maximiliano Barbosa autuou os adolescentes por fato análogo à tentativa de homicídio e associação para o tráfico de drogas. A dupla está detida e será apresentada a Vara de Infância e Juventude do município. Já o homem vai responder pelos mesmos crimes. Ele foi transferido para a Cadeia Pública de Volta Redonda, onde passará por audiência de custódia.
Segundo Barbosa, o trio não vai responder por homicídio. “Não há evidências de que eles efetivamente foram os causadores da morte do PM”, informou.
As Polícias estão à procura do quinto suspeito que participou do tiroteio.
APREENSÃO
No dia do confronto, em buscas pelo local, os policiais encontraram uma pistola Beretta ponto 40, 40 munições do mesmo calibre, dois carregadores e uma granada artesanal, que estavam em uma bolsa apreendida com o criminoso, que usava roupas camuflada. Ainda foi recuperada uma motocicleta roubada.
SEPULTAMENTO
O corpo do primeiro-sargento da Polícia Militar, Alexandre Rodrigues de Almeida, de 43 anos, foi sepultado no final da tarde de terça-feira, dia 9, no Cemitério Parque São Francisco, no bairro São Francisco, em Barra Mansa.
O cortejo foi marcado por honrarias militares e por homenagens de parentes, amigos e colegas de farda do militar.
Em nota, o Comando do 37⁰ Batalhão de Polícia Militar (BPM), oficiais e praças lamentam a perda do primeiro-sargento Alexandre Rodrigues de Almeida. “Tivemos a honra de ter o sargento Almeida lotado em nossa unidade por muitos anos, um profissional alegre, competente e muito querido por todos. Um grande guerreiro que fará uma enorme falta a todos nós. Que Deus possa confortar o coração de todos os familiares, amigos e colegas de trabalho. Em especial de seu filho que ele tanto amava e abraçava a causa do autismo”, informa a nota.
“A Subsecretaria Especial de Controle de Divisas lamenta a morte do agente policial e se solidariza aos familiares. O sargento Almeida estava há cinco meses adido no Programa Operação Foco. Ele era casado e deixa um filho”, destaca a nota.