VALENÇA
Alunos do curso de Direito da Universidade de Valença (UNIFAA), através de um projeto de extensão da instituição, elaboraram uma cartilha ‘Violência Doméstica: nós podemos te ajudar’, explicando e dando informações de como denunciar tais práticas de violência.
A coordenadora do projeto Professora Andreia Cunha destaca a importância da iniciativa. “A importância da divulgação desses dados a população é a melhor forma de combate à violência. Através dela podemos conscientizar as vítimas de como ter acesso aos meios de denúncia”, cita.
Os acadêmicos, com o apoio da Universidade, realizam palestras em postos de saúdes, escolas públicas do município e no próprio campus, em seu auditório, aberto à comunidade. Nas UBSs, os encontros são voltados para os profissionais que ali trabalham, no intuito de que esses, saibam como acolher as vítimas de forma correta. Já nas instituições de ensino, as palestras contam com a participação de alunos, professores e demais colaboradores, para que eles possam identificar possíveis agressões e denunciar os fatos, através de canais como o disque 180 (central de atendimento à mulher). O 190 da Polícia Militar ou até a defensoria pública de sua cidade, entre outros meios de denúncias.
Segundo um dos acadêmicos que realiza o projeto, Pedro Braga, o projeto nasceu após a percepção dos alunos de que os casos de feminicídio e violência doméstica estavam crescendo na cidade juntamente com a pandemia de Covid-19. “Muitos associam a violência doméstica apenas a agressão contra mulheres. Sim, elas ainda são mais acometidas por esses atos. Segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP, 2021), foram registrados 60.460 estupros em 2020. Desses, 73,7% das vítimas eram vulneráveis, 60,6% tinham até 13 anos; 86,9% do sexo feminino; e, em 85,2% dos casos, o autor era conhecido da vítima”, informa acrescentando que participam do projeto os alunos Pedro A. M. Braga, Karyn A. S. Cerqueira, Déborah R. Silva e Eduardo Henrique Soares
Ainda de acordo com ele, durante a realização dos juris foram se percebendo a alta dos casos. “Começamos a discutir sobre violência doméstica em si por conta dos casos de feminicídio que estavam crescendo. Pouco se falava da violência em si, ela é ampla pois abrange toda violência que acontece no âmbito familiar. A cartilha foi desenvolvida no ano passado durante a pandemia. Na cartilha citamos os meios de denúncia e socorro”, explica.
O acadêmico destaca que a iniciativa já colhe seus frutos, com vária palestras agendadas no decorrer dos meses de setembro, outubro e novembro. “Hoje vamos as salas de aulas, falamos da importância da denúncia anônima. A pessoa tem vergonha ou as vezes não percebe que está sendo vítima de um tipo de violência doméstica e não denuncia. Então, cabe a um familiar, vizinho, ajudar nesta questão. A prefeitura nos abriu um espaço onde fazemos treinamentos para as equipes das Unidades Básicas de Saúde (UBS), que são os profissionais que tem o primeiro contato com os moradores, estão mais presentes no cotidiano da comunidade a capacitação é para deixá-los ainda mais eficientes. Queremos mostrar e ampliar esse projeto e ajudar o maior número de pessoas”, destaca.
Outros tipos de Violência Doméstica
Enganam-se que, apenas mulheres são vítimas desse terror psicológico ou mortal. A violência doméstica é qualquer tipo de agressão ocorrida no contexto familiar, onde os indivíduos possuem vínculos afetivos, dentre eles as agressões ocorrem contra os idosos, deficientes, crianças e adolescentes.
Segundo o Atlas da violência, um portal que reúne, organiza e disponibiliza informações sobre violência no Brasil, A maioria dos casos de violência doméstica foram registrados contra pessoas com algum tipo de deficiência. Mulheres são a maioria, com cerca de 60% dos casos. Idosos e crianças os mais vulneráveis por terem menos chances de se defender.
NAS REDES
Você pode conferir datas, locais e horários das palestras, através do Instagram @projeto_violência_doméstica. Além de informações a página está à disposição a dar apoio e assistência ao internauta.
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Legenda: Acadêmicos, com o apoio da Universidade, realizam palestras em postos de saúdes, escolas públicas do município e no próprio campus, em seu auditório, aberto à comunidade
