BARRA MANSA
“Não ter representante de Barra Mansa em Brasília significa uma evasão de recursos. Quero poder representar a cidade e região porque conhecendo as demandas é possível focar e ter diretamente o que cada município precisa”. Essa afirmação é da atual vice-prefeita, Fátima Lima. Ela é pré-candidata a deputada federal pelo PSD e foi mais uma entrevistada do A VOZ DA CIDADE no espaço destinado para receber pré-candidatos.
Educação será uma das principais bandeiras levantadas por Fátima se eleita for em Brasília – Divulgação
Dentre o que a motivou vir para a disputa neste ano, Fátima disse que o trabalho na prefeitura a fez perceber que muitas conquistas chegaram, mas é possível melhorar. Por isso, teve despertada a vontade de continuar na política, alçando voos maiores. Sobre as bandeiras que pretende defender em Brasília está a educação, até pela sua profissão de professora. “Penso muito na inclusão de portadores de deficiências. São necessários recursos para melhorar o atendimento a essas pessoas. Por exemplo, a região não conta com um ônibus para levar os deficientes para as escolas. Temos também um público autista muito grande e vejo importante ter um material didático e diferenciado para eles”, enumera.
Outra área apontada é no tratamento de dependentes químicos. Fátima Lima ressalta a importância de uma clínica para atender mulheres, além de destinar emendas para instituições que atendem essas pessoas. Segundo ela, há muita burocracia para o recebimento de verbas. Na geração de emprego e renda quer trabalhar para mulher e juventude. “É preciso pensar no empreendedorismo feminino e também no primeiro emprego do jovem. São políticas que precisamos trabalhar e são bandeiras muito caras p mim”, afirma.
VIDA PÚBLICA
Presença nas escolas sempre foi algo que a vice-prefeita fez questão – Foto Divulgação
Fátima Lima atualmente é professora aposentada do governo do Estado e concursada da Prefeitura de Barra Mansa. Entrou para a vida pública quando foi chamada para ser secretária de Educação na gestão do ex-prefeito Roosevelt Brasil, em 2003. Dentre o que realizou destaca a implantação do projeto Música nas Escolas, totalmente voltado para inclusão social. O início envolveu 600 crianças e chegaram a atender 22 mil. Passou também pela Secretaria de Assistência Social, onde implantou os primeiros Cras na cidade. Foi ainda secretária de Governo. Na gestão do ex-prefeito Zé Renato foi gerente de Promoção da Igualdade Social e coordenadora da Assistência Social.
Tentou por duas vezes ser eleita vereadora, em 2008 e 2012 e não conseguiu. Retornou em 2016 para a prefeitura, dessa vez eleita vice-prefeita ao lado de Rodrigo Drable. Ela contou que procurou não ficar presa em uma pasta, mas sim acompanhando as ações em diversas áreas, propondo projetos. Citou um projeto de saúde voltado para a terceira idade, onde um mutirão acontece uma vez ao mês de atendimentos e palestras. Está sempre presente também nas escolas. “Trabalho também com a Gerência de Promoção de Igualdade Racial que funciona dentro do meu gabinete e com a Fundação Cultura fazemos o Afro Saberes. O objetivo é trabalhar a identidade, representatividade na educação, com oficinas desenvolvidas. É um projeto que amadrinhei”, contou a vice-prefeita.
Outro projeto é o trabalho nas escolas de prevenção ao racismo, criado em sua gestão como secretária e que foi retomado em 2017, trabalhando com as leis federal e municipal.
MULHER NA POLÍTICA
Embora as mulheres sejam maioria na população e no eleitorado, apenas 15% dos cargos políticos são ocupados por elas. Sobre isso, Fátima Lima argumentou que mesmo sendo uma questão histórica sempre conversa com as pessoas para tentar mudar essa realidade. “No imaginário coletivo há um pensamento que a política deve ser feita por homens. Mas se as mulheres não forem conscientes sobre isso, nada será mudado. A política é para quem se interessa em trabalhar para servir quem mais precisa. O olhar feminino faz toda a diferença na política e faz muito bem ter a presença da mulher nessa área”, argumentou.
E coragem é o que determina muita coisa na vida de Fátima. Ter vindo para Barra Mansa aos nove anos depois do falecimento de seus pais em Minas Gerais, foi no início difícil. Contou que foi abraçada por uma família muito boa e na adolescência conseguiu reencontrar seus 10 irmãos. “Se eu tivesse medo e ficasse recolhida estaria ainda como a menina que andava descalço para ir para a escola, sentia frio, era lavadeira e carregava trouxa pelo Centro de Barra Mansa. Eu tinha vergonha, claro, mas pensava que não iria ser trouxa na vida embora carregasse uma, que iria estudar para ser professora. Por isso não podemos ter medo da luta, ela é constante, mas devemos sempre prosseguir. Quero continuar lutando”, disse.
Fátima Lima se formou com professora no Baldomero Barbará, depois fez Faculdade de Letras, de Teologia, pós-graduação em psicanálise e gestão pública além de diversos cursos.
CONVENÇÃO
A convenção do PSD está marcada para o dia 23. Após isso, Fátima deve marcar um culto de lançamento de sua candidatura para consagrar a campanha.
