Genro de Noel de Oliveira, pretende continuar com o legado da boa política aprendido; ele tem projetos polêmicos para renovação dos Legislativos
RESENDE
Pela primeira vez, Manoel Neto disputa um cargo político. Filiado ao Cidadania, é candidato a deputado federal. Aponta que Resende não elege um representante para Brasília há 28 anos. O último foi seu sogro, Noel de Oliveira. Com ele contou que aprendeu o que chama de boa política e vê agora uma possibilidade de continuar seu legado para servir a população. Ele foi mais um entrevistado do jornal A VOZ DA CIDADE na série de entrevistas com candidatos.
“Acho que agora era o momento de resgatar a importância de Resende no cenário nacional. Muitas pessoas que são eleitas para um cargo e o usam em benefício próprio para ir para outro ou continuar. Noel nunca fez isso e penso que a missão do político é servir as pessoas e não se servir do cargo. Gosto dessa política séria, aprendi com uma das pessoas mais sérias do estado, que foi a mesma desde o dia que o conheci quando era prefeito até quando faleceu”, disse ao falar do sogro que foi vereador, prefeito, vice, deputado estadual e federal.
Manoel Neto aponta que essa falta de representatividade de um parlamentar de Resende no congresso faz com que a cidade fique à mercê de ajuda de deputados de fora. Além de destinar recursos para o município e região, o candidato olhará com mais profundidade para algumas áreas, como cultura, preservação do meio ambiente, além de saúde e educação. Destaca que é necessário atacar na prevenção na área de saúde, com o retorno dos médicos e dentistas nas escolas, por exemplo. Na educação, pensa na valorização dos professores, mas também em cursos técnicos que quase não existem mais. “Porque não pegar os locais que estão desativados e abrir escolas técnicas de ballet, artesanato, alimentação? Abrir o leque porque a juventude está sem opção. O mesmo se aplica a geração de emprego. Não é só trazer a empresa é preciso dar qualificação. É possível ainda gerar emprego diminuindo impostos”, apontou Manoel.
Administrador de empresas, é funcionário público do Estado, se desincompatibilizou do cargo de superintendente de Patrimônio para concorrer às eleições, assim como da presidência do Conselho de Consumidores da Enel do Rio de Janeiro e da presidência do Conselho Nacional de Consumidores de Energia Elétrica. Manoel Neto tem pós-graduação em gestão elétrica, gestão ambiental e mestrado em Engenharia Ambiental. Sobre esse ponto de energia elétrica, apontou que há muito o que pode ser feito em Brasília para redução de custos para o consumidor.
“Se eu sem ser deputado já consigo batalhar por reduções, imagina no congresso. Por exemplo, os deputados votaram sobre termelétricas de carvão no qual o subsídio terminaria neste ano, foi renovado. O custo disso é repassado ao consumidor. A questão da energia solar de quem pode pagar, o consumidor continua arcando o que chamamos de tarifa fio de quem vai para essa opção. Precisa mudar a legislação”, enumera.
PROJETOS DE LEI
Dentre os projetos de lei que pretende aprovar na Câmara Federal, Manoel Neto cita dois. Até polêmicos, mas que pretendem acabar com a politicagem e renovar o congresso. Ambos teriam que mudar a Constituição Federal. O primeiro seria uma emenda para limitar o mandato de deputados federais e estaduais, senadores e vereadores para uma única reeleição. Senado seriam 16 anos e os demais cargos do Legislativo oito. “Com isso, oxigena ao menos 50% das Casas Legislativas e para com a questão do político profissional, que usa a máquina em benefício próprio. Passado esse período ele pode ir para disputa em outros cargos, se desejar”, conta.
O outro projeto é que um político com mandato legislativo, se convidado para assumir cargo de ministro, secretário, teria que renunciar. O mesmo acontece no caso de vereador que deseja disputar um cargo de deputado, por exemplo. “A pessoa foi eleita para o cargo e não é certo deixar os votos que os eleitores depositaram. É muito cômodo ir para outra função e retornar se for exonerado, por exemplo”, diz.
Se as propostas não passarem entre os deputados, Manoel Neto, se eleito, pretende chamar a população para discutir. “A constituição prevê o chamado de Emenda Popular e o congresso aprova e transforma em lei”, finaliza.