A hora dos Fundos Imobiliários

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Se você tem mais de 30 anos, já deve ter ouvido seus pais dizendo que o melhor investimento é um imóvel próprio. Eles provavelmente viram reservas financeiras perderem todo seu valor com a hiperinflação e poupanças sendo confiscadas no início da década de 90. Nesta época, o imóvel era a única coisa que, caso não houvesse uma tragédia muito grande, não se perderia.

Tudo mudou, o mercado financeiro amadureceu, novas modalidades de investimentos sugiram e com elas algumas garantias para proteger o investidor brasileiro. Uma delas é a Emenda constitucional nº32/2001 que proíbe a edição de medida provisória que vise a detenção ou sequestro de bens, de poupança popular ou qualquer outro ativo financeiro. Em outras palavras, podemos ficar tranquilos porque essa emenda garante que nenhum governante pode confiscar nossas reservas. Outro fator importante para segurança dos investimentos foi o Fundo Garantidor de Crédito (FGC) criado em 1995. Este fundo garante até R$ 250.000,00 por CPF e por Instituição financeira, limitados a R$ 1.000.000,00 em quatro anos.

Sei que ouvir que o dinheiro pode simplesmente sumir, faz muita gente insistir nos imóveis, mesmo que essa seja uma hipótese totalmente improvável. Mas trago uma boa notícia! É possível aplicar no mercado imobiliário de um jeito bem mais descomplicado do que o tradicional. E agora com a Selic em seu menor patamar histórico, é uma excelente alternativa para a Renda Fixa que aqui jaz. Estou falando dos Fundos de Investimentos Imobiliários (FII).

Ao contrário dos imóveis, não é preciso uma grande quantia para começar, o risco de ter um inquilino inadimplente ou que vá depredar seu imóvel é infinitamente menor e a melhor parte, os “aluguéis” são isentos de imposto de renda. Estes fundos são compostos, em sua maioria, por imóveis reais, de alto padrão, que um pequeno investidor não poderia comprar sozinho, é como estivesse se reunindo com outros investidores pra comprar um imóvel muito melhor. O lucro acumulado com os aluguéis é distribuído mensalmente, e como todo lucro, está isento de IR. Não tem como resgatar este fundo, para ter de volta o dinheiro aplicado é preciso vender suas cotas, que acaba se traduzindo em outra facilidade. Quando se tem um imóvel e precisa de uma pequena quantia, não tem como vender só o banheiro, já o valor aplicado nos FII pode ser fracionado.

Os Fundos Imobiliários, assim como os imóveis físicos, podem valorizar ou desvalorizar. É importante colocar a mão na massa e pesquisar sobre o histórico de oscilação e distribuição dos fundos escolhidos. Pesquise também o tipo de contrato de aluguel, se existe uma garantia para o cumprimento do prazo e a real situação do imóvel. Sobre toda a valorização da cota é pago um imposto de 20%, independente do prazo. Estes são investimentos de longo prazo, não dá pra colocar a reserva de emergência, use esta opção como diversificação para construção do seu patrimônio. Aposte nas emissões iniciais das cotas, quando estes fundos estão sendo lançados no mercado. Nessa hora eles costumam a estar negociados com o preço bem abaixo do mercado podendo potencializar a formação das suas reservas.

Neste novo ano o investidor terá, cada vez mais, a necessidade de buscar alternativas mais arriscadas para seus investimentos, e começar pelos fundos imobiliários é um bom caminho a seguir.

 

 

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