Emprego e saúde pública lideram desejos do consumidor para 2020

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SUL FLUMINENSE

Um levantamento feito pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) mostra que a melhora da saúde pública (39%) e o combate ao desemprego (39%) foram apontados pelos consumidores brasileiros como os principais problemas a serem enfrentados este ano para a retomada do crescimento econômico. Em seguida, aparece investimento na educação (38%), combate à corrupção (25%), combate à violência (20%) e controle da inflação (18%), além da diminuição de impostos (18%).

O ranking condiz com a opinião de diversos moradores do Sul Fluminense, principalmente os desempregados. Jair Peixoto, 34, busca a reinserção no mercado. “O desemprego é o pior de tudo, com dinheiro você consegue amenizar outras situações com a família. Sem dinheiro não faz compra, não compra medicamento adequado. Vivo de bicos e o pouco que entra levo o básico para casa no fim do mês. Pobre, sem emprego e se ficar doente sofre em dobro pelo serviço precário na rede pública”, comenta o morador de Itatiaia que atua no ramo de marcenaria. Em Resende, a dona de casa Marilene Soares, 59, tem dois filhos de 23 e 19 anos, em busca de emprego. “Vejo a luta deles, mesmo com formação do ensino técnico. Um vez (curso de) torneiro mecânico e outro logística. Felizmente ainda podemos arcar com tudo, mas se tiverem uma família independente terão dificuldade. Pra mim, ter emprego é fundamental”, comenta.

Para a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti, a maioria dos brasileiros sente que a arrecadação de impostos não se reflete de maneira justa em benefícios sociais, assim como os próprios empresários. “A carga tributária avançou muito nas últimas décadas e a sensação é de que não há retorno em serviços públicos de qualidade. Não bastasse o peso da carga, as empresas enfrentam uma burocracia enorme para ficar em dia com o fisco, o que afugenta investimentos e prejudica a competitividade na indústria, nos serviços e nos demais setores produtivos”, pondera Marcela.

O mercado de trabalho favorável é a esperança dos consumidores

ÁREAS DE INTERESSE

As áreas que mais devem registrar avanços neste ano, segundo a percepção dos entrevistados, serão emprego; combate à inflação e a diminuição da inadimplência. Por outro lado, os consumidores avaliam que algumas áreas não devem evoluir, como a melhora da renda e salário, que para 43% seguirão estagnados, e os investimentos em saúde, que para 42% não irão se alterar. “Há três anos perdi meu plano de saúde. Não tem condições de pagar um valor alto. Utilizo o SUS, mas as consultas são demoradas e o jeito é ter paciência aguardando o atendimento”, opina a desempregada Samanta Xavier, de Porto Real.

Na avaliação do presidente do SPC Brasil, Roque Pellizzaro Junior, o que se espera é que os setores de comércio e serviços voltem a empregar, fazendo o dinheiro circular novamente. “Alguns avanços foram percebidos durante o primeiro ano da gestão do novo governo, como a reforma da previdência, mas há muitos desafios a serem enfrentados, principalmente diante do alto índice de desemprego no país”, afirma.

REFORMA DA PREVIDÊNCIA

O levantamento ainda revela que sete em cada dez (68%) entrevistados avaliam que a recente reforma da previdência foi necessária. Com a sua aprovação, 32% mostram-se mais otimistas em relação à retomada do crescimento econômico, enquanto 31% estão indiferentes por não achar que a reforma traga grandes mudanças e 26% disseram estar pessimistas.

E com a reforma da Previdência aprovada, muitos brasileiros já repensaram o seu futuro. A maioria (64%) dos entrevistados disse que pretende adotar alguma medida para garantir ou complementar a aposentadoria oficial, sendo que 37% planejam continuar trabalhando e 34% querem guardar dinheiro, seja por meio de uma previdência privada ou por outros tipos de investimento. Já 18% não pretendem adotar algum tipo de alternativa.

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