VOLTA REDONDA
Com mais de 60 dias, as manchas de óleo provocadas pelo vazamento de óleo no litoral do Nordeste seguem avançando. Até terça-feira (dia 29), 268 localidades foram contaminadas. O trabalho de limpeza vem contando com importante apoio de voluntários, que se desdobram para conter o petróleo, que segue avançando e já atingiu 78 cidades da região. Entre eles, uma startup de Volta Redonda, a Biosolvit, especialista em remediação ambiental.
Para retirar o óleo, a ideia era utilizar um absorvedor orgânico de petróleo desenvolvido a partir de um tipo de palmeira real australiana. A aplicação, porém, não foi bem sucedida, já que o material estava quase em estado sólido. “O petróleo está muito denso, muito pesado e já em forma de bolhas, quase sólido. Então é impossível remover com o nosso produto, e desnecessário, pois dá para fazer de forma mecânica. Além disso, o petróleo está submerso, e não na flor d’água, por isso, não conseguimos contato”, disse Guilhermo Pinheiro de Queiroz, CEO e co-fundador da startup. “Esclareço que fomos muito bem recebidos pelo Ibama, Marinha e Ministério do Meio Ambiente e propusemos soluções para a utilização do material em outros tipos de acidentes. Também estamos participando da criação de alternativas para remoção desse óleo”, salientou.
O absorvedor foi descoberto a partir de pesquisas feitas em universidades, quando entregaram as fibras para os alunos pesquisarem a utilização. Nasceu então o conceito da Biosolvit. “Assim eu conheci o meu sócio, Wagner, que era funcionário de uma empresa que produzia absorvedores sintéticos, barreiras de contenção e absorção. Hoje, quando absorvido, o petróleo tem que ser incinerado, ou seja, você retira a contaminação do mar e da terra, mas joga para atmosfera. Já com o nosso produto, evitamos a retro contaminação, permitindo o reaproveitamento do óleo”, explicou Guilhermo, se referindo a Wagner Martins, graduado no UniFoa, mestre em materiais e co-fundador e diretor comercial da Biosolvit.
Pela inovação no produto, a empresa foi à vencedora da competição Amcham Arena, que valoriza negócios inovadores com potencial de escalar e fornecer suas soluções para grandes empresas. Em maio, a startup foi uma das eleitas para o ranking 100 Startups to Watch, promovido pela revista ‘Pequenas Empresas Grandes Negócios’. A empresa já fornece soluções para companhias como Petrobras e Vale e, entre 2017 e 2018, recebeu seis prêmios. “Vencemos o prêmio Amcham como a melhor startup e, pra nós, foi muito importante, pois abre as portas do comércio norte-americano e essas conexões pra nós são muito importantes”, finalizou Guilhermo.