A maior surpresa na convocação de Tite para os jogos amistosos da seleção brasileira em setembro, contra as seleções do Peru e da Colômbia, não é a convocação do goleiro Ivan, da Ponte Preta, que disputa a segunda divisão, em detrimento de Cássio do Corinthians, o goleiro menos vazado do brasileirão série A.
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Também não são as ausências de Alisson, Gabriel Jesus e Everton. O goleiro do Liverpool da Inglaterra está machucado. O atacante do Manchester City está suspenso pela Conmebol por dois meses, pelo ato de indisciplina na decisão da Copa América. O endiabrado e competente Everton do Grêmio está poupado porque seu time disputa a semifinal e provavelmente a final da Copa do Brasil.
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Também não é a reduzida convocação de atletas mais jovens, de olho na renovação do elenco para a próxima Copa do Mundo em 2022. Ainda faltam três anos, portanto, sobra tempo para mais tarde anunciar quem virá no lugar dos veteranos Daniel Alves (36), Thiago Silva (34) e Filipe Luiz (33), convocados para os amistosos do mês que vem.
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A maior surpresa é a convocação de Neymar. Atos de indisciplina no Paris Saint-Germain, perda da faixa de capitão da seleção brasileira, acusação de estupro, sem atuar desde 5 de junho – 72 dias, em rota de colisão com seu clube, treinando em separado dos companheiros, o astral de Neymar, no momento, está mais sujo do que pau de galinheiro. Mas, como disse Tite justificando a convocação: “– não posso prescindir de um atleta do nível e da qualidade de Neymar”.
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Também surpreende a negativa da CBF aos seguidos pedidos do Vasco da Gama de liberação do seu atacante Talles Magno para a partida deste sábado contra o Flamengo. Surpreende porque o Vasco tem problemas de contusão no seu elenco e pede a liberação para apenas esse fim de semana.
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Surpreende porque a seleção Sub-17, que neste sábado enfrenta o Chile em jogo amistoso, está em preparativos para o mundial da categoria que, contudo, será disputado somente a partir de 26 de outubro. Tales, o Tales de Mileto, foi um filósofo, matemático, engenheiro, homem de negócios e astrônomo da Grécia Antiga. Que a lembrança das aptidões do Tales de antigamente inspire nossos dirigentes de agora. Pelo bem do futebol.
O técnico Toninho Andrade e seus atletas precisam ter nesta segunda-feira, no duelo contra o Juventude, a afinação de uma orquestra de violinos. A escala musical não poderá ter as notas Dó, Ré, Mi, Fá, Lá ou Si. Como na canção de Antônio Carlos Jobim terá de ser um samba de uma nota só: a nota Sol, ainda que o jogo seja noturno. Se perder, eles terão que rezar muito, pedindo a proteção até de santo aposentado para vencerem o São José na última rodada.