ARGENTINA
A ex-presidente da Argentina, Cristina Kirchner, tinha pedido para não comparecer ao Tribunal Comodoro Py, para o segundo dia de leituras do julgamento em que ela e outras 12 pessoas são acusadas de corrupção e desvio de verba pública.
O advogado de Cristina, Carlos Beraldi, solicitou ao tribunal que ela fosse dispensada das sessões por três razões. A primeira é que já conhece detalhadamente o conteúdo do processo; a segunda é que deveria cumprir compromissos oficiais que poderiam coincidir com os horários das audiências; a terceira é que o deslocamento da ex-presidente ao tribunal envolve um grande operativo de segurança.
Os juízes do caso, Jorge Gorini, Andrés Basso e Rodrigo Giménez Uriburu, autorizaram Cristina a não participar apenas se o julgamento coincidisse com alguma atividade vinculada à função oficial como senadora. Como não havia nenhuma atividade prevista para a ex-presidente, no Congresso argentino, ela compareceu ontem ao Tribunal.
O julgamento oral começou na terça-feira passada, com três horas de leitura dos autos do processo. A previsão é que essa primeira etapa – de leituras de acusações feitas pelo Ministério Público, o Escritório Anticorrupção e a Unidade de Informação Financeira – ainda leve mais duas sessões, pelo menos. Após a leitura, começará a etapa de questões preliminares e, em seguida, se darão as declarações indagatórias, que exigem obrigatoriamente a presença dos réus.
O caso
A acusação é de que Cristina e outros 12 ex-funcionários de seu governo favoreceram, entre 2004 e 2015, o empresário Lázaro Báez em contratos de 51 obras, o que representa 80% do total de obras públicas realizadas no período. De acordo com a Justiça, muitas das obras não foram concluídas, foram superfaturadas ou não eram necessárias.
Além de Cristina e Báez, são julgados também Julio de Vido, ex-ministro do planejamento; José López, ex-secretário de obras públicas; e Carlos Kirchner, primo do falecido ex-presidente e marido de Cristina, Néstor Kirchner, todos eles atualmente presos. Há ainda outros oito acusados que permanecem em liberdade após terem pago fiança.
Cristina Kirchner tem 12 processos na Justiça, cinco julgamentos pendentes e seis pedidos de prisão preventiva que nunca foram levados adiante devido ao foro privilegiado que tem como senadora. Em setembro, Cristina e os filhos serão ouvidos em outro processo, por lavagem de dinheiro.
Candidata
Cristina Kirchner é candidata nas eleições de agosto deste ano à vice-presidência na chapa com Alberto Fernández, seu ex-chefe de gabinete. Ao renunciar ao cargo de senadora para se candidatar, ela perde o foro privilegiado. No entanto, de acordo com juristas argentinos, Cristina não será presa imediatamente. Caso seja eleita, para que seja julgada, detida e afastada do cargo de vice-presidente, ela teria que passar por um julgamento político no Congresso. Como vice, ela poderia ser citada e questionada pela polícia, mas não presa.
No último sábado, Cristina participou do primeiro ato de campanha, após o anúncio de que sairia como vice Alberto Fernández, que encabeça a chapa. Ele foi chefe de gabinete durante todo o período de governo de Néstor Kirchner, entre 2003 e 2007, além de atuar também no governo de Cristina. O evento reuniu milhares de apoiadores.
“Eu acredito em Deus, no meu país, no meu povo e estou segura que, juntos, com Alberto, vamos ajudar”, disse a ex-presidente, em relação à crise econômica que vive o país. (*Com informações da Agência Brasil).
1 Comentário
A esquerdalha de lá, é igual a de cá !
Tudo farinha do mesmo saco .