SUL FLUMINENSE
Após cogitar a hipótese de cancelar a mudança, o governo decidiu manter o horário de verão em 2017. A medida, que foi confirmada nesta segunda-feira pelo Ministério de Minas e Energia, agrada a muitos, mas também é desaprovada por moradores de Barra Mansa que terão que adiantar o relógio em uma hora a partir do dia 15 de outubro. O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) aponta que tal horário praticado em 2016/2017 gerou uma economia de R$ 159,5 milhões na produção de energia, valor abaixo período de 2015/2016, que foi de R$ 162 milhões.
Na semana passada, o final de horário de verão chegou a ser cogitado pelo governo, após estudos mostrando perda na efetividade da medida, em razão das mudanças nos hábitos de consumo de energia. De acordo com o Operador Nacional do Sistema (ONS), a temperatura é quem determina o maior consumo e não a incidência da luz durante o dia, fazendo com que, atualmente, os picos de consumo ocorram no horário entre 14h e 15horas, e não mais entre 17h e 20horas.
O governo informou que, para 2018, deve fazer uma pesquisa para decidir se mantém ou não o horário diferenciado nos próximos anos. Alguns moradores de Barra Mansa querem a permanência da alteração, entre elas a enfermeira Jaqueline de Souza Marques, de 38 anos. “O dia parece que fica maior com o horário de verão. Para a gente que é mãe, dona de casa e trabalha fora, é sempre bom ter um tempo a mais para fazer as coisas. O dia continua com 24 horas, mas a sensação que dá de que o tempo fica estendido conta muito. Além disso, fica mais claro, não é? E com a violência que está na cidade a gente se sente um pouco mais seguro na hora de voltar pra casa”, disse a enfermeira.
Quem diverge da opinião de Jaqueline é o metalúrgico Carlos Magno da Silva, de 43 anos. “Esse horário é muito ruim! Não gosto de jeito nenhum. Faço turno e quando estou no horário de 6h ao meio dia é muito complicado acordar. No terceiro dia de trabalho fico até desnorteado”, relata o metalúrgico.
Motivos apresentados pelo governo
A escassez de chuvas e o baixo nível dos reservatórios das hidrelétricas pesaram este ano na decisão do governo de manter o horário de verão este ano. Apesar de descartar o acionamento das usinas termelétricas, cujo custo está acima do preço da energia no mercado à vista, o Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) autorizou o aumento da importação de energia da Argentina e do Uruguai e uma campanha de estímulo à economia de energia.
Bandeira Vermelha
Além disso, a expectativa é que, em outubro, o governo deve passar a cobrar a bandeira vermelha, possivelmente na faixa dois. Atualmente, está em vigor a tarifa amarela na cobrança da conta de luz. Essa tarifa representa um acréscimo de R$ 2 a cada 100 quilowatts-hora (kWh) consumidos. Com a adoção da tarifa vermelha, o preço da tarifa de energia passa a ter um acréscimo vai a R$ 3 por 100 kWh. No caso do patamar dois, esse valor seria maior: R$ 3,50 a cada 100 kWh consumidos.