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“Minha filha morreu porque disse não”, diz mãe de jovem assassinada

Por Mônica Vieira
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BARRA DO PIRAÍ

Amigos e familiares da jovem Johana Cerqueira, de 19 anos, assassinada há cerca de dois meses em Barra do Piraí, farão neste sábado na cidade uma passeata ‘Johana, você não será esquecida’, pedindo por Justiça. A mãe da jovem, Hellida Cerqueira de Jesus, 53 anos, conversou ontem com o A VOZ DA CIDADE e contou que o objetivo do ato, mesmo com o suspeito do crime estando preso, é fazer manifestações pelo corrido até o dia do seu julgamento, que ainda não tem data marcada, para que a “monstruosidade que ele fez com Johana não fique por isso mesmo”, disse a mãe. A passeata acontece às 11 horas, no Centro (em frente a loja Nalin).

Populares encontraram o corpo da universitária no Pátio da Estação, no Centro. Um homem de 44 anos foi preso pela Polícia Civil. Segundo informações da Polícia Militar, a vítima foi encontrada já sem vida pela manhã por pessoas que passavam pela rua, com forte inchaço pelo rosto, que estava em quase toda extensão roxo.

“Minha filha estava em um baile com as amigas, tudo normal para a idade dela. Ela era tranquila, até medrosa, não gostava de andar sozinha, não chegava tarde e fazia tudo acompanhada de alguém. Além disso, me ligava o tempo todo, informava o que estava fazendo e com quem. Não em dava trabalho”, disse a mãe.

“Segundo ouvi de amigos dela, esse rapaz que foi preso chegou nela algumas vezes com intenção de ter algo a mais, mas ela não quis. Minha filha morreu porque disse não!”, mencionou Hellida, dizendo que sua filha não o conhecia nem de vista e muito menos teve qualquer tipo de envolvimento com o suspeito. “Ela nunca teve nada com ele. Muito menos foi namorada. Ela não conhecia aquele ser, que não tem palavra que o qualifique”, comentou.

Hellida tem outra filha, de 30 anos. Ela explica que a vida de toda a família foi afetada pela perda e que ela se encontra afastada do serviço por não ter condições psicológicas de voltar a trabalhar. “Sou professora. Lido como crianças. Como ter cabeça para ensinar. Como ter cabeça para alguma coisa?”, comentou.

Ela convida a todos para o ato, não somente quem já perdeu seus filhos por algum tipo de violência, mas para aqueles que se preocupam que os seus também sejam as próximas vitimas.


ATOS TAMBÉM EM BARRA MANSA

Familiares e amigos da comerciante Viviane Ribeiro de Souza, de 46 anos, vítima de feminicídio no dia 11 de julho, no bairro Vila Orlandélia, farão uma passeata neste sábado, no Centro, pedindo Justiça pelo crime. Viviane tinha duas filhas e deixou também dois netos, sendo o seu companheiro de nove anos de união o principal suspeito da morte. Fernando Muniz da Silva, de 35 anos, já tem mandado de prisão expedido pela 1ª Vara Criminal de Barra Mansa e é considerado foragido.

A passeata tem ponto de concentração marcado para as 10 horas, na Praça da Liberdade (na Avenida Joaquim Leite). Em seguida, prosseguirá até a 90ª Delegacia de Polícia.

CASO RENAN

Também sábado, a família e os amigos do jovem Renan Fonseca Rosa, de 26 anos, estarão reunidos em uma nova carreata. A data marca o primeiro mês de seu assassinato, ocorrido no dia 25 de julho, no Boa Sorte.  O A VOZ DA CIDADE conversou com a família sobre o caso, que explicou que as investigações seguem em segredo de Justiça, mas conta que o objetivo da ação é mostrar que os parentes não querem que o caso seja esquecido e que também querem tocar nos corações dos moradores a necessidade de dar voz a questão da falta de segurança, para que ninguém seja a próxima vítima.

A carreata vai acontecer na Rua F, no Boa Sorte, com concentração marcada para às 13 horas e saída às 14. No dia 3 deste mês, os familiares já haviam feito uma carreata pelo mesmo motivo.

 

 

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