RESENDE
A exposição “Ascensão”, da fotógrafa Dude Bromius, faz sua segunda mostra nesta sexta-feira, dia 10, às 19 horas, no Alphapark, no bairro Parque Ipiranga. A mostra propõe uma imersão visual que resgata memórias, denuncia silêncios e exalta o protagonismo negro no Centro Histórico da cidade.
Com 16 fotografias distribuídas em oito painéis frente e verso, as imagens retratam moradores e trabalhadores negros que atuam na região, marcada pela arquitetura colonial e pela herança de séculos de opressão e resistência. O objetivo, segundo a artista, é reposicionar esses personagens como figuras centrais na construção e no fortalecimento da identidade cultural e econômica resendense.
Mais do que um ensaio visual, “Ascensão” é um manifesto, um reencontro entre passado e presente. As locações escolhidas- praças, casarões e ruas de pedra- revelam o contraste entre um território que já foi palco da escravidão e que hoje abriga histórias de superação, negócios e novas perspectivas da população negra.
A iniciativa nasce de uma pesquisa sobre a atuação da população negra no Centro Histórico, tanto no período escravocrata quanto na contemporaneidade. Os retratados foram convidados a partir desse levantamento, e cada imagem reflete um processo de escuta e valorização. Entre os cenários mais simbólicos está a Praça do Centenário, antiga sede da cadeia pública e local do pelourinho.
Com trajetória ligada a projetos sociais e culturais, Dude Bromius já atuou em iniciativas como o Projeto Crescer, a ONG 4 Patas e eventos voltados à cultura afro-brasileira e ao Sagrado Feminino. Sua fotografia, marcada pela sensibilidade e pela escuta, busca capturar a essência e a força das histórias que retrata.
Após a mostra no Alphapark, “Ascensão” encerra sua temporada no Porão das Artes, com uma sessão especial voltada aos participantes do Programa Gente Eficiente. A proposta é que a exposição circule por outras instituições que valorizem a memória e a luta da população negra.
Para Dude Bromius, “‘Ascensão’ é mais do que um nome; é um convite à reflexão sobre as raízes negras de Resende. É visibilidade, memória e futuro em forma de imagem”.



