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Secretaria de Políticas para Mulheres e Direitos Humanos de Volta Redonda recebe universitárias para estágios em políticas públicas 

Estudantes afirmam que estágios contribuem para melhor qualificação profissional  

Por Bruna Cuconato
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VOLTA REDONDA

Estudantes universitárias de Psicologia de Volta Redonda estão fazendo estágios em políticas públicas nas áreas de Direitos Humanos, no Centro Especializado de Atendimento à Mulher (Ceam); e de Políticas para as Mulheres e Promoção de Diversidade de Gênero. O estágio acontece na Secretaria Municipal de Políticas para Mulheres e Direitos Humanos (SMDH) e conta com alunas da Universidade Federal Fluminense (UFF) e do Centro Universitário Geraldo Di Biase (UGB). 

A estudante Paula Santiago Coutinho, 22 anos, aluna do 8° período no UGB, lembra que são três estágios para os estudantes na grade de ensino: o básico, o especifico em políticas públicas e o estágio clínico. Atualmente, ela está fazendo o estágio em políticas públicas pasta diversidade de gênero. 

“É um estágio de seis meses que é obrigatório no curso de Psicologia. É necessária essa ponte para a gente ampliar o nosso olhar, sendo importante a troca de informações da psicologia com os direitos humanos, os serviços sociais e as políticas públicas, tendo uma atuação multidisciplinar com outras áreas de conhecimento para uma discussão mais próxima da realidade. Não temos essa visão somente dentro da faculdade. Os estágios realmente vão contribuir com a nossa formação profissional. Hoje vejo que a garantia dos direitos das pessoas da população LGBTQIA+ envolve um processo muito mais complexo do que a gente imagina, e até hoje essas pessoas não têm os seus direitos totalmente garantidos. Apesar das leis contra a LGBTFobia já existirem, eles precisam de lutar por seus direitos”, afirmou a universitária Paula Santiago.  

 Indignação contra a violência 

A professora Vanessa Fonseca, do Curso de Psicologia e coordenadora dos estágios da UFF, destacou os benefícios dos estágios na secretaria, feitos através da Promoção de Políticas para Direitos Humanos.  

“Os estágios contribuem na formação profissional sim, ao reforçar o compromisso da psicologia com o campo dos direitos humanos, compreendendo que as condições para a dignidade humana e da justiça envolvem processo de produção de subjetividade, que são fundamentais e também objeto da psicologia, além de proporcionar condições para a saúde mental e uma vida boa. Como ensinamento básico para as estudantes, elas têm aprendido que isso se realiza apenas de forma intersetorial, crítica e com participação popular”, explica a professora. 

Vanessa acrescentou que o contato das estudantes com mulheres em situação de violência doméstica e familiar, que são assistidas pela rede de atendimento, retratam essa realidade. 


“É duro para todos que lidam com essa realidade. Não devemos perder a nossa capacidade de nos indignar e nos sensibilizar com a situação. Todavia, ao começarmos a lidar com casos da violência, precisamos nos fortalecer para tecer relações de cuidado, e isso é realizado a partir de reflexões sobre a experiência de leituras e de uma análise crítica de nossos lugares na relação com o público, a partir de um acompanhamento extenso e semanal nas reuniões de supervisão”, disse Vanessa. 

A professora concluiu que o estágio é obrigatório para a carga curricular, sendo que as alunas devem escolher participar de pelo menos um, por no máximo dois anos, em parceria com políticas públicas da cidade. 

A universitária Izabella Cruz de Souza também comentou sobre os ensinamentos básicos que as estudantes tiram dos estágios na SMDH. “Nós aprendemos a adotar uma postura crítica em relação aos direitos humanos e ao contexto de desigualdade entre homens e mulheres. Para isso, foi necessário compreender que as mulheres em situação de violência têm sua vida atravessada por várias violações de direitos em diferentes áreas, como a educação, a saúde, assistência, trabalho, etc. Esse contexto multiplica o quadro de vulnerabilidade dessas mulheres. Desse modo, para combater a violência e ajudar essas mulheres é necessário um trabalho interseccional, ou seja, um trabalho em conjunto com a comunidade e com outras instituições públicas. A violência é um problema de saúde pública, unir forças é fundamental para o seu enfrentamento”, comparou.  

Preparação para enfrentar e prevenir a violência contra as mulheres 

Segundo Izabella de Souza, são várias as vantagens dos estágios para as estudantes. “Nos oferece a oportunidade de identificar diferentes formas de violência e refletir sobre como preveni-las no território de Volta Redonda. O objetivo do estágio é juntar a teoria e a experiência prática, para nos preparar, tanto técnicas quanto emocionais, para enfrentar os desafios no campo dos direitos humanos e da proteção às mulheres. O estágio é uma experiência transformadora para qualquer estudante e na secretaria de Direitos Humanos e Políticas para Mulheres nós encontramos uma abertura muito grande para conhecer os diversos equipamentos e territórios da cidade. Poder participar dos eventos promovidos pela secretaria foi muito gratificante, além de conhecer trabalhadores e a equipe técnica da SMDH, e de outras instituições, dialogamos com eles sobre a possibilidade de colocar em prática as nossas ideias”. 

Ela concluiu que o estágio na SMDH a permitiu compreender que a psicologia não se reduz à clínica, mas pode ocupar outros espaços, que para além do tratamento individual, a psicologia também tem o compromisso ético de promover os direitos humanos dentro da sociedade, pois a saúde mental não pode ser alcançada se as necessidades básicas de uma pessoa, como alimentação, saúde, educação e lazer não estiverem garantidas. 

A estudante Victória Elisa, da UFF, afirmou que o estágio contribui na formação complementar, articulada com direitos humanos e equidade de gênero e promoção do cuidado: “O estágio é essencial porque nos capacita para trabalhar em rede e entender o cuidado para além da saúde mental. A violência doméstica não é algo que se encontra distante da nossa vivência como estudantes, visto que a quantidade de casos é alarmante. Poder trabalhar para a quebra do ciclo de violência e promoção da autonomia dessas mulheres é fortalecedor, porque uma ajuda a outra”, completou Victória. 

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