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Paralisação geral dos caminhoneiros acende alerta

Por Andre
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A paralisação geral dos caminhoneiros entra nesta quarta-feira, dia 23, em seu terceiro dia e não há previsão para acabar. Em Barra Mansa, há postos de bloqueio no Km 276, na Flumidiesel e Km 275 na Bocaininha, em ambos os sentidos.

Previsão é de que ainda nesta semana faltem mercadorias em diversos setores – Foto: Fábio Guimas

Ao longo da Rodovia Lúcio Meira (BR 393), na altura de Volta Redonda, há caminhões parados em postos de combustíveis e nos acostamentos. Nesses locais, não há retenção do trânsito, apenas lentidão. Segundo o presidente Sindicato dos Transportadores Autônomos de Carga do Sul Fluminense (Sinditac), Francisco Wilde, hoje, o movimento já acende um alerta para a população, podendo faltar mercadores em diversos setores. O Sindpass informou em nota que contingenciará a frota de ônibus por medida de segurança.

“Todos os tipos de caminhões estão parados aqui, com isso, artigos de alimentação, medicamentos, vestuário, peças para empresas montadoras de veículos e Correios estão retidos. Ainda nesta semana já começa a faltar produtos nas prateleiras dos estabelecimentos comerciais. No Ceasa do Rio, já está faltando”, destaca o sindicalista, detalhando que os “tanqueiros” aderiram o movimento, então, o abastecimento de combustível também será afetado.

Manifestantes dizem que há cerca de 300 pessoas envolvidas no movimento e muitos expectadores – Foto: Fábio Guimas

Segundo um caminhoneiro que preferiu não se identificar, há cerca de 300 pessoas em Barra Mansa envolvidas no movimento e muitos expectadores. “Não vamos ficar na promessa, queremos negociar com a paralisação em andamento. Da outra vez, o movimento foi suspenso e nada deu certo”, citou.

Redução no transporte público

Em nota enviada na noite de terça-feira, dia 22, o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros (Sindpass), informa à população usuária do transporte público do Sul Fluminense que, devido à greve nacional dos caminhoneiros, o fornecimento de óleo diesel para as empresas do setor está suspenso pelas distribuidoras. “Por medida de segurança, a frota de suas associadas será contingenciada a fim de garantir o transporte da população pelo máximo de tempo possível, a fim de evitar colapso no sistema. A crescente oscilação do preço do óleo diesel é um fator que preocupa, também, o setor de transporte público. Nos últimos 15 meses, a variação do preço do combustível chegou próximo a 20%, o que vem pressionando os custos operacionais do setor de ônibus”, diz a nota da empresa, completando que acredita na rápida solução do problema para que o passageiro não seja prejudicado.

Firjan manifesta preocupação sobre ato

O Sistema Firjan manifesta sua grande preocupação com a paralisação que os caminhoneiros estão promovendo desde segunda em vários estados. Como o transporte rodoviário de cargas é o mais importante dentro da logística nacional, há risco de desabastecimento.

Isto se mostra ainda mais grave no caso da indústria fluminense.  A crise econômica dos últimos anos foi mais grave no Estado do Rio do que no resto do Brasil. Tal conjuntura levou as empresas a trabalharem com estoques muito reduzidos, e qualquer paralisação no transporte leva rapidamente a desabastecimento.

Também é importante destacar que as empresas do Rio de Janeiro já enfrentam o grave problema das maiores ocorrências de roubos de carga do Brasil. Estas ações criminosas, além de afetarem o abastecimento, inibem os investimentos e desestimulam a geração de emprego e de renda.

Quanto à questão dos altos preços dos combustíveis as empresas instaladas em território fluminense também são mais afetadas. É no Rio de Janeiro que ocorre a maior incidência de ICMS no óleo diesel, entre os estados das regiões Sudeste e Sul. Dos R$ 3,75 cobrados pelo litro de diesel, em média, no Estado do Rio, R$ 0,58 correspondem ao recolhimento de ICMS. Em São Paulo, maior economia do país, o preço médio do diesel é de R$ 3,52/litro e o ICMS corresponde a R$ 0,41.


Reivindicações do movimento

Alto preço do combustível e o valor do frete estão entre as reivindicações – Foto: Fábio Guimas

Os integrantes do movimento dos caminhoneiros reivindicam 90% do frete do CTE da Transportadora para o autônomo, tendo em vista o Projeto de Lei 528/2016; Redução do preço dos combustíveis em geral em 50%; Proibir a cobrança do pedágio do eixo suspenso em todas as rodovias (Estadual e Federal); Fim das restrições da ponte Rio-Niterói e serra de Petrópolis, pois a passagem pelo Arco Metropolitano e Magé aumenta o custo e o risco do transporte pela falta de segurança do Estado; Fim da multa de evasão de balança no valor de R$ 5 mil da ANTT; Combate à corrupção na balança; Que a ANTT cumpra o seu papel de reguladora nos meios de transporte.

Redução de preços

A partir desta quarta-feira, dia 23, a gasolina e o óleo diesel ficarão mais baratos nas refinarias de todo o país. As informações foram divulgadas nesta terça-feira, dia 22, no site da Petrobras que indicam que o preço da gasolina cairá 2,08% e o do diesel, 1,54%.

A queda no preço da gasolina ocorre depois de 11 aumentos consecutivos nos últimos 17 dias, e de o preço do produto ter fechado os primeiros 21 dias do mês de maio com alta acumulada de 16,07%. Com a queda de 2,08% que entra em vigor na quarta, o preço da gasolina nas refinarias cairá para R$ 2,0433.

No caso do diesel, com a queda de 1,54%, após sete aumentos consecutivos, o produto passará a custar a partir de amanhã nas refinarias R$ 2,3351. O diesel acumula desde o dia 1º de maio, alta de 12,3%.

A queda de preços anunciada ontem pela Petrobras se dá um dia depois de a companhia ter informado mais um aumento nas refinarias de todo o país nos valores do diesel, que subiu 0,97%, e nos da gasolina, com alta de 0,9%, primeiro dia do manifesto dos caminhoneiros.

Dia de trabalho interrompido

O segundo dia de greve dos caminhoneiros autônomos no país, protestando contra a alta do preço dos combustíveis, começa a gerar prejuízos na indústria regional. Em Resende, a montadora MAN Latin America confirmou ter dispensado os colaboradores do trabalho na linha de produção nesta terça-feira, dia 22. Em nota, a fabricante de caminhões e ônibus disse ao A VOZ DA CIDADE, que o fato ocorreu “devido à instabilidade na cadeia de fornecedores em função da greve de caminhoneiros”.

Questionada sobre os números do prejuízo de um dia inoperante e como pretende superar esta adversidade, caso a greve persista por mais dias, a empresa não se manifestou. A reportagem também questionou outras indústrias/empresas da região sobre possíveis prejuízos gerados pela greve dos caminhoneiros. Entretanto, não obteve retorno até o fechamento desta edição.

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2 Comentários

Luiz Marino Soares 23 de maio de 2018, 10:36 - 10:36

Será que alguém saiba por que nos temos que pagar mais caro pela mesmo combustível que é muito menos lá fora? Será que tem espliçao?????

Pereira 23 de maio de 2018, 17:48 - 17:48

O momento de protestar contra esta poitica criminosa que tem ocorrido no Brasil é agora. Todos. devemos apoiar a greve dos caminhoneiros e juntos parar o Brasil para obrigar o governantes tomarem decisões que tira nosso pais dessa situação vergonhosa de crise de corrupção de injustiça e impunidade.

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