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Público feminino representa 70% da procura por habilitação de motocicletas nas autoescolas de Barra Mansa

Por Roze Martins
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BARRA MANSA

Presença diária no Centro de Treinamento de Condutores, que funciona no Parque da Cidade, em Barra Mansa, o público feminino tem dominado a procura pela carteira de habilitação para motos, no município, conforme afirmam condutores de autoescolas. As mulheres, de acordo com os profissionais, estão representando cerca de 70% dos alunos que todos os dias passam pelo local. Atualmente, de acordo com dados da Secretaria Nacional de Trânsito/Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (Senatran/IBGE), o Brasil conta com quase 9,5 milhões de motociclistas do gênero feminino, o que representa um crescimento de quase 70% em dez anos.

De acordo com os instrutores entrevistados pelo A VOZ DA CIDADE, alguns fatores têm influenciado as mulheres a optarem pela motocicleta na hora de tirar a habilitação e entre eles estão incluídos: a praticidade e a independência em se deslocar e o uso da moto como ferramenta de trabalho. É o caso da aluna Caroline Cunha, de 25 anos, faz parte do time de mulheres que estão na busca pela habilitação para moto. Ela, que tem um salão de beleza, aposta na praticidade que o veículo oferece para atender seus clientes à domicílio futuramente. “Estou ansiosa para ter a minha carteira de moto que, na verdade, eu acho mais fácil de conduzir do que um carro. Assim que terminar o processo quero comprar uma porque sei que vai me ajudar muito no trabalho”, disse Caroline, enquanto aguardava para fazer o percurso de treinamento.

A professora de inglês Manuela Medeiros, de 20 anos, além de ter a independência de se locomover com a moto, diz que está tirando a carteira por influência dos pais, que sempre pilotaram o veículo. “Desde pequena sempre andei na garupa, com eles e, agora, chegou a minha vez de tirar a habilitação. Nunca tive medo de moto e sei que, quando estiver habilitada, vou poder me locomover com mais agilidade para o trabalho”, disse a professora.

Conforme ressalta o instrutor Arnaldo Pereira, diariamente o que se observa, no Centro de Treinamento de Condutores, é que de cada dez alunos em aula, sete são mulheres. “Elas são a maioria aqui e já aconteceu de termos umas dez treinando ao mesmo tempo. Hoje, 70% dos alunos são mulheres e muitas estão optando pela carteira de moto porque é um veículo mais econômico, que é mais fácil de estacionar em uma área comercial e que oferece mais praticidade”, observa.

O instrutor Eliandro Varize, que acompanhava uma aluna em treinamento, também afirmou que 70% dos seus alunos são do público feminino. Segundo ele, apesar de muitas mulheres chegarem à primeira aula com um pouco de receio, logo elas conseguem dominar o veículo e iniciar a direção.


“As mulheres são atenciosas e cuidadosas para pilotar moto e elas descobriram no veículo a praticidade para trabalhar e ter independência. Recentemente uma aluna tirou a carteira de moto para fazer as entregas do próprio trailer de lanches. A demanda feminina realmente aumenta a cada dia”, ressaltou.

De motociclista habilitada a motogirl

Habilitada para conduzir motocicletas desde 2011, a autônoma Priscila de Carvalho Alvarenga, de 37 anos, hoje garante a própria renda como motogirl, função que ela começou a desenvolver pelas ruas de Barra Mansa e cidades vizinhas em 2022. Apaixonada pelo veículo de duas rodas, ela personalizou a moto e o baú que transporta as mercadorias com a cor rosa para que possa servir de exemplo para outras mulheres.  “Eu sou muito realizada como motogirl. Entrei na profissão e personalizei minha moto e meu baú justamente pra mostrar que as mulheres têm o poder de estar onde elas quiserem, pois somos tão capazes quanto os homens quando estamos determinadas a cumprir desafios. Sou conhecida como motogirls rosa de Barra Mansa e saber que sirvo de espelho para outras meninas que estão na rua é muito gratificante”, destacou Priscila, que trabalha com a entrega de medicações, fraldas, produtos de farmácia, sorvetes, roupas, entre outros itens.

Por estar todos os dias nas ruas, ela diz que vem observando o aumento de mulheres sobre duas rodas e que, além disso, tem acompanhando algumas amigas que postam frequentemente seus certificados de habilitação para motocicletas. O que segundo a motogirl está diretamente associado ao fato da procura pela profissão que, segundo Priscila, também oferece para o público feminino a liberdade de programar o próprio horário.

“A procura pelo público feminino tem aumentado e posso afirmar, pois já incentivei e ensinei algumas mulheres a serem motogirls. Em tudo na vida temos desafios e a moto é um veículo simples de se aprender desde que se pilote com cautela. E estando com habilitação na mão vejo essa profissão como uma grande oportunidade para que as mulheres preencham cada vez mais um espaço que, por muitos anos, foi visto como profissão somente masculina”, finalizou.

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