SÃO PAULO
Apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) participaram neste domingo, dia 25, do ato realizado na Avenida Paulista, em São Paulo. Os apoiadores ocuparam cerca de seis quarteirões da Avenida. A Polícia Militar não divulgou a estimativa de público.
Durante o discurso, Bolsonaro, que chegou carregando uma bandeira de Israel nas mãos, defendeu anistia aos presos pelos atos golpistas de 8 de janeiro. Ele também negou ter tentado dar um golpe de estado. Bolsonaro, ex-ministros e assessores e militares são alvos de inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF) que investiga essa tentativa de golpe.
A Avenida começou a ser ocupada pelos apoiadores desde o início da manhã. Já por volta das 14h30min, foram iniciados os discursos. O ex-presidente, chegou acompanhado do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos) por volta das 15 horas. O presidente do PL, Valdemar da Costa Neto, falou antes do ex-presidente porque estão proibidos de se encontrarem por conta do processo; a ex-primeira-dama, Michelle Bolsonaro; Tarcísio de Freitas; o pastor Silas Malafaia e parlamentares apoiadores de Bolsonaro. Os discursos diziam respeito a defesa do ex-presidente e de seu governo. O prefeito de São Paulo Ricardo Nunes (MDB) esteve no ato, mas não discursou.
No discurso, o ex-presidente, relembrou de sua carreira política e falou do atentado sofrido na campanha de 2018 e no resultado das eleições de 2022. “Aquilo que aconteceu em outubro de 2022, vamos considerar isso uma página virada na nossa história”, afirmou Bolsonaro.
O ex-presidente, então, disse ser perseguido e negou estar envolvido em qualquer tentativa de golpe de Estado.
INVESTIGAÇÃO
A Polícia Federal, em 2023, encontrou na casa do ex-ministro da Justiça de Bolsonaro, Anderson Torres, uma minuta de decreto que previa a instauração de um estado de defesa no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e mudar o resultado da eleição de 2022.
Já em 2024, a Polícia Federal encontrou uma outra minuta de decreto, desta vez no escritório de Bolsonaro na sede do PL, em Brasília. O documento previa a instauração de um estado de sítio no Brasil.
Uma terceira minuta de decreto, segundo relato do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid, apresentada ao ex-presidente em novembro de 2022, no Palácio do Alvorada, que previa a realização de novas eleições e a prisão de autoridades.
De acordo com a Polícia Federal, o ex-presidente pediu ajustes no documento, excluindo a prisão de algumas dessas autoridades, mas mantendo a previsão de um novo pleito.